Educação ambiental e saneamento básico : uma análise nos livros didáticos de ciências do ensino fundamental

Abstract

Resumo : O ensino de Ciências ainda é pautado em um caráter exclusivamente conteudista, baseando-se em concepções pouco estimuladoras e nada significativas para um ensino-aprendizagem que vise uma formação crítica e reflexiva dos estudantes. Essa problemática piora quando se trata do saneamento básico, uma vez que este é ainda bastante reduzido e não contempla o sistema em todas as suas vertentes, resultando em uma aprendizagem falha. Quando trabalham esse conteúdo, na maioria das vezes, os docentes fazem uso único e exclusivamente do livro didático, que, por não possuírem conhecimentos necessários para avaliar as informações presentes neste recurso, o fazem de modo equivocado. O saneamento básico no Brasil é um serviço essencial e um direito social previsto na Constituição Federal. Sua precarização e/ou deficiência repercute na saúde pública, na qualidade ambiental e na qualidade de vida da população. Devido à falta de informações sobre as responsabilidades e incumbências do sistema, a população deixa de cobrar e fiscalizar os serviços que lhe são direito. Nesse sentido, o saneamento básico pode ser articulado à Educação Ambiental, em sua vertente crítica, pois considera que a problemática socioambiental deve ser entendida com base na realidade concreta, intrínseca às transformações socioambientais. Neste contexto, a presente pesquisa buscou entender aspectos relacionados ao saneamento básico e a Educação Ambiental nos livros didáticos de Ciências do Ensino Fundamental. Observou-se uma insuficiência de aprofundamento sobre os serviços contemplados no saneamento que acaba acarretando em uma visão distorcida sobre o tema e fragiliza o entendimento sobre a realidade da população brasileira nos seus mais diferentes aspectos. Sendo assim, a Educação Ambiental torna-se um instrumento fundamental para atenuar as desigualdades que emergem desse cenário por meio de uma aprendizagem significativa, que possibilita a ressignificação do homem com a natureza