Exigência proteica para tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) na fase final de crescimento com dietas fish meal-free
Resumo
Resumo: O crescimento exponencial da aquicultura tem consolidado a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) como uma das espécies de peixes de água doce de maior importância comercial do mundo, impulsionando a busca por estratégias nutricionais que otimizem sua produção. Nesse contexto, a proteína, principal nutriente da dieta de peixes, desempenha um papel determinante no desempenho zootécnico, influenciando diretamente os custos de produção e a sustentabilidade da atividade aquícola. Este estudo investigou as exigências proteicas para a fase final de crescimento da tilápia-do-nilo, utilizando dietas fish meal-free. No capítulo 1, foi realizada uma revisão abrangente das necessidades proteicas da tilápia-do-nilo em diferentes estágios de desenvolvimento, destacando a importância de dietas balanceadas para maximizar o crescimento, manter a qualidade de água dos viveiros e aumentar a eficiência produtiva. Foram observadas variações nas exigências de proteína em função do peso, da idade e do sistema de cultivo. Notou-se uma diminuição gradual das necessidades proteicas com o crescimento dos peixes, atingindo um ponto mínimo durante a fase de crescimento, seguido por um aumento durante a fase de engorda. Esses dados evidenciam a importância de identificar níveis ideais de proteína para cada estágio de desenvolvimento, especialmente diante da escassez de fontes tradicionais, como a farinha de peixe. No Capítulo 2, foram avaliados os níveis ótimos de proteína bruta (PB) em dietas baseadas em farelo de soja e milho, fish meal free, para tilápias-do-nilo na fase de engorda. Os resultados demonstraram que os níveis de proteína afetaram significativamente (p = 0,05) os parâmetros de desempenho, rendimento e composição corporal. A análise indicou que a tilápia-do-nilo possui elevada plasticidade metabólica em relação às concentrações de proteína na dieta. O nível recomendado foi de 298 g kg-1 de PB (267 g kg-1 de proteína digestível, PD) para peixes com peso entre 400 e 700 g, mostrando que dietas sem farinha de peixe podem atender plenamente às exigências nutricionais da espécie. Por fim, no Capítulo 3, foram investigados os efeitos da redução nos níveis de proteína associados à suplementação de aminoácidos essenciais, analisando parâmetros zootécnicos, composição corporal e a sustentabilidade da produção. Dietas isoenergéticas e isoaminoacídicas com níveis decrescentes de PB (300, 275, 249, 222 e 197 g kg-1 PB) foram testadas. Os resultados indicaram que a redução do nível de PB de 300 g kg-1 (269 g kg-1 PD) para 248 g kg-1 PB (228 g kg-1 PD) não impactou negativamente o desempenho de crescimento. Assim, foi possível sugerir uma faixa de proteína ótima para tilápias com peso entre 300 e 530 g, evidenciando que a suplementação de aminoácidos essenciais pode viabilizar dietas com menor teor de proteína, sem comprometer o desempenho Abstract: The exponential growth of aquaculture has consolidated Nile tilapia (Oreochromis niloticus) as one of the most commercially important freshwater fish species in the world, driving the search for nutritional strategies that optimize its production. In this context, protein, the main nutrient in the fish diet, plays a decisive role in zootechnical performance, directly influencing production costs and the sustainability of aquaculture activity. This study investigated the protein requirements for the final growth phase of Nile tilapia, using fish-meal-free diets. In chapter 1, a comprehensive review of the protein requirements of Nile tilapia at different stages of development was carried out, highlighting the importance of balanced diets to maximize growth, maintain pond water quality, and increase production efficiency. Variations in protein requirements were observed as a function of weight, age and culture system. A gradual decrease in protein requirements was noted with the growth of the fish, reaching a minimum point during the growth phase, followed by an increase during the fattening phase. These data highlight the importance of identifying optimal protein levels for each stage of development, especially in the face of the scarcity of traditional sources, such as fishmeal. In Chapter 2, the optimal levels of crude protein (CP) in diets based on soybean meal and corn, fish meal-free, for Nile tilapia in the fattening phase were evaluated. The results showed that protein levels significantly affected (p = 0.05) the parameters, yield, and body composition parameters. The analysis indicated that Nile tilapia has high metabolic plasticity in relation to protein concentrations in the diet. The recommended level was 298 g kg-1 of CP (267 g kg-1 digestible protein, DP) for fish weighing between 400 and 700 g, showing that diets without fishmeal can fully meet the nutritional requirements of the species. Finally, in Chapter 3, the effects of the reduction in protein levels associated with essential amino acid supplementation were investigated, analyzing zootechnical parameters, body composition and production sustainability. Isoenergetic and isoaminoacidic diets with decreasing CP levels (300, 275, 249, 222 and 197 g kg-1 CP) were tested. The results indicated that the reduction of the protein level from 300 g kg 1CP (269 g kg-1 DP) to 248 g kg-1 CP (228 g kg-1 DP) did not negatively impact growth performance. Thus, it was possible to suggest an optimal protein range for tilapia weighing between 300 and 530 g, showing that the supplementation of essential amino acids can make diets with lower protein content feasible, without compromising performance
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