A luta sindical tem gênero? : as demandas das docentes da rede estadual de educação do Paraná nas deliberações da APP-Sindicato
Resumo
Resumo: Busca-se analisar a ação da APP-Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná, uma entidade majoritariamente composta por mulheres, na disputa das políticas públicas e a relação destas disputas e políticas para as pautas feministas sindicais entre os anos de 2012 a 2020. A pesquisa tomou como fonte empírica os documentos das campanhas salariais e os produzidos em congressos e conferências educacionais que aconteceram nesse período. Utilizaram-se os estudos de Kingdon (Modelo de Múltiplos Fluxos) e Baumgartner e Jones (Modelo do Equilíbrio Pontuado) a partir das pesquisas de Capella (2006, 2012, 2015, 2018 para proposição de uma metodologia para discussão da disputa pela pauta interna no sindicato considerado como uma disputa intracampo (BOURDIEU, 2007). A docência é um dos espaços profissionais legitimados pela divisão sexual do trabalho como o local onde a atuação feminina é mais evidente. Na divisão sexual do trabalho, a vida pública e a atuação política foram designadas aos homens. Compreendendo os sindicatos nessa esfera pública, construiu-se um panorama histórico da presença feminina na representação sindical do magistério paranaense para contextualizar o debate sobre as disputas da pauta sindical. As mulheres, bem como as suas pautas, foram sendo invisibilizadas seja na esfera pública, de disputa no acesso das agendas políticas, seja no interior dos sindicatos. Entre os principais resultados constatou-se uma homogeneização da luta sindical, tanto na disputa com a política governamental como nas disputas que ocorrem nas entranhas do próprio sindicalismo e não reflete as especificidades de gênero, ao contrário, as oculta e as sobrepõem com uma agenda eminentemente classista. Abstract: Busca-se analisar a ação da APP-Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná, uma entidade majoritariamente composta por mulheres, na disputa das políticas públicas e a relação destas disputas e políticas para as pautas feministas sindicais entre os anos de 2012 a 2020. A pesquisa tomou como fonte empírica os documentos das campanhas salariais e os produzidos em congressos e conferências educacionais que aconteceram nesse período. Utilizaram-se os estudos de Kingdon (Modelo de Múltiplos Fluxos) e Baumgartner e Jones (Modelo do Equilíbrio Pontuado) a partir das pesquisas de Capella (2006, 2012, 2015, 2018 para proposição de uma metodologia para discussão da disputa pela pauta interna no sindicato considerado como uma disputa intracampo (BOURDIEU, 2007). A docência é um dos espaços profissionais legitimados pela divisão sexual do trabalho como o local onde a atuação feminina é mais evidente. Na divisão sexual do trabalho, a vida pública e a atuação política foram designadas aos homens. Compreendendo os sindicatos nessa esfera pública, construiu-se um panorama histórico da presença feminina na representação sindical do magistério paranaense para contextualizar o debate sobre as disputas da pauta sindical. As mulheres, bem como as suas pautas, foram sendo invisibilizadas seja na esfera pública, de disputa no acesso das agendas políticas, seja no interior dos sindicatos. Entre os principais resultados constatou-se uma homogeneização da luta sindical, tanto na disputa com a política governamental como nas disputas que ocorrem nas entranhas do próprio sindicalismo e não reflete as especificidades de gênero, ao contrário, as oculta e as sobrepõem com uma agenda eminentemente classista.
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