AS AGRURAS DO HABITAR NAS CIDADES FÍLMICAS DE GUSTAVO TARETTO
Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar os filmes Medianeras (2011) e Las Insoladas (2015), do cineasta argentino Gustavo Taretto, olhando para a transposição cinematográfica da cidade de Buenos Aires, por vezes caracterizada pelos elementos do Novo Cinema Argentino. Pressupõe-se que na falta de identificação com o local as personagens não se apropriam das paisagens da cidade, mas são enclausuradas pela arquitetura que não acolhe, mas oprime. Ambas as Buenos Aires, de Medianeras e de Las Insoladas, não são olhadas e olhantes, fecham as personagens em si mesmas, sugerem imaginários produtores de insegurança e mal-estar, causando uma rede de conflitos: a limitação do habitar, do movimento e do mergulho na cidade; sugerindo novos modos de ser e estar além dos espaços físicos, deslocando as personagens para o lugar do desejo e da frustração, em uma relação com imagens de consumo que projetam possíveis futuros e evidenciam o presente e a ausência. Palavras-chave: Cinema; Medianeras; Las Insoladas; Buenos Aires fílmicas; Habitar.