Educação matemática indígena : um estudo etnomatemático com os índios Guarani-Kaiova do Mato Grosso do Sul
Date
1995Author
Bello, Samuel Edmundo Lopez
Metadata
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Indios Guarani- Mato Grosso do SulIndios Kaiwa- Mato Grosso do Sul
Matemática - Estudo e ensino
Dissertações - Educação
Educação
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DissertaçãoAbstract
Resumo: Este trabalho refere-se a questões fundamentais sobre Educação, principalmente Educação Matemática entre povos de culturas distintas, neste caso, grupos indígenas. A identificação e/ou reconhecimento das várias formas de explicar e conhecer a realidade (etnomatemática) por parte desses grupos, e a melhor maneira de essas formas serem trabalhadas no contexto escolar através de ações pedagógicas de natureza intercultural, convidam à reflexão e à consequente retomada de alguns conceitos e posturas sobre Educação, Cultura e, inclusive, Matemática. Baseado em um método de investigação Etnográfico - caracterizando uma pesquisa de tipo qualitativa - o trabalho de campo foi desenvolvido junto a índios Guarani-Kaiová da aldeia Panambizinho, localizada perto da cidade de Dourados, no Estado do Mato Grosso do Sul. No desenvolvimento dessa metodologia, técnicas como a observação participante e a entrevista livre foram indispensáveis. As interpretações das observações e conversas revelaram modelos cognitivos, representações e formas de pensamento diferentes e, até agora, pouco conhecidos, os quais estão em relação direta com a história - tanto pessoal quanto cultural - de cada um dos indivíduos pertencentes ao grupo pesquisado que, de uma ou outra forma, participaram da experiência. Noções e conceitos diferenciados sobre formas e medidas, um sistema de contagem próprio, habilidades cognitivas muito particulares na forma de operar com os números são, apenas, alguns exemplos da interferência da cultura e da relação direta que esses modelos mantêm com as atividades cotidianas. Sem dúvida, todos eles levam a reflexões e apontam para a reestruturação e a melhoria do ensino da matemática para populações indígenas. Conclui-se que integrando as práticas (etno)matemáticas, de grupos diferenciados, a ações pedagógicas que visem a apropriação de outras etnomatemáticas, estar-se-á contribuindo para a busca da autonomia e o resgate da cidadania daqueles grupos que, na atualidade encontram-se numa situação de subordinação e marginalidade.
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