O lugar da escola nos cadernos de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) : (1992 – 2017)

Abstract

Resumo: Pesquisa sobre o lugar da escola nos Cadernos de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no período de 1992 a 2017, partindo da premissa de que o Movimento reivindica a escola como direito, mas a problematiza enquanto instituição. A questão central da pesquisa é qual o lugar da escola para o MST a partir dos Cadernos de Educação (1992-2017)?. O objetivo geral é analisar o lugar da escola para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos Cadernos de Educação (1992-2017), investigando como esse espaço formal de educação interage com os ideais do Movimento, e como essas interações contribuem para a construção seu projeto educativo contra-hegemônico. Os objetivos específicos são: a) identificar o conceito de escola dos Cadernos de Educação MST publicados de 1992-2017; b) compreender os princípios pedagógicos e filosóficos que orientam o projeto educativo das Escolas do MST; c) sistematizar a concepção de escola produzida pelo MST a partir dos Cadernos de Educação (1992-2017), os seus fundamentos teóricos e da sua relação com o projeto político-pedagógico do Movimento. Em sua construção, a pesquisa fundamenta-se no método dialético e utiliza da abordagem de pesquisa do tipo documental, com estudo bibliográfico e na Análise Textual Discursiva (ATD) para interpretação dos Cadernos de Educação do MST. A análise evidencia que, para o MST, a escola transcende sua função de instituição formal de ensino, sendo concebida como locus de formação integral, espaço de criatividade, ambiente seguro e lugar que se faz movimento das suas pedagogias. O estudo evidencia as contradições e os desafios vivenciados pelas Escolas do MST, como a precarização das condições materiais e as pressões externas por padronização e resultados. Conclui que a escola, nos Cadernos do MST, configura-se como lugar de disputa que se contrapõe ao não-lugar da escola convencional e consolida-se como entre lugar de reinvenção pedagógica

Abstract: This research examines the school place in the Education Notebooks of the Landless Rural Workers Movement (MST) from 1992 to 2017, starting from the premise that the Movement claims school as a right, but problematizes it as an institution. The central question of the research is: what is the school place for the MST based on the Education Notebooks (1992-2017)? The general objective is to analyze the school place for the Landless Rural Workers Movement (MST) in the Education Notebooks (1992-2017), investigating how this formal space of education interacts with the ideals of the Movement, and how such interactions contribute to the construction of its counter-hegemonic educational project. The specific objectives are as follows: a) to identify the concept of school in the MST Education Notebooks published from 1992-2017; b) to understand the pedagogical and philosophical principles that guide the educational project of MST Schools; c) To systematize the conception of school produced by the MST (Landless Workers' Movement) based on the Education Notebooks (1992-2017), its theoretical foundations, and its relationship with the Movement's political-pedagogical project. The research is based on the dialectical method and uses a documentary research approach, with bibliographic study and Discursive Textual Analysis (DTA) to interpret the MST Education Notebooks. The analysis shows that, for the MST, the school transcends its function as a formal educational institution, being conceived as a locus of holistic education, a space for creativity, a safe environment, and a place where its pedagogies are put into action. The study highlights the contradictions and challenges experienced by MST schools, such as the precariousness of material conditions and external pressures for standardization and results. Its conclusions reveal that the school, in the MST Notebooks, is shown as a place of dispute that opposes the non-place of the conventional school and consolidates itself as an in-between place of pedagogical reinvention