Educação socioemocional como fator protetivo contra vitimização entre pares envolvendo estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Resumo
Resumo: Apesar dos avanços legais e pedagógicos voltados à inclusão escolar, estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) permanecem em maior risco de sofrer vitimização entre pares no ambiente escolar, o que compromete seu bem-estar socioemocional e sua trajetória acadêmica. Embora a literatura reconheça o papel da Educação Socioemocional (ESE) na promoção de ambientes inclusivos, ainda há uma lacuna de pesquisa no Brasil quanto à compreensão empírica de como práticas de ESE podem atuar como fator protetivo frente ao bullying e à exclusão de estudantes com TEA. Este estudo teve como objetivo investigar de que forma a educação socioemocional contribuí para reduzir situações de vitimização entre pares envolvendo estudantes com TEA em escolas regulares. Especificamente, buscou-se responder se práticas sistemáticas de ESE, implementadas pelos professores, associam-se à menor evidência de experiências de bullying relatadas por esses estudantes. O método constituiu-se em um survey transversal, com aplicação de questionários adaptados a estudantes de 5 a 11 anos, matriculados em escolas regulares, que frequentavam também o atendimento educacional especializado (AEE). A coleta de dados incluiu itens referentes à percepção de vitimização e ao desenvolvimento de competências socioemocionais. As análises estatísticas foram realizadas com apoio do software SPSS, contemplando estatística descritiva, correlações e testes de diferenças entre grupos. Os resultados indicaram que estudantes com maior exposição a práticas de ESE apresentam menor envolvimento em situações de vitimização, evidenciando que competências como autorregulação, empatia e cooperação funcionam como fatores de proteção. Destaca-se, ainda, a relevância do suporte institucional e do clima escolar positivo como elementos mediadores dessa relação. Conclui-se que a pesquisa contribui para o avanço do conhecimento ao demonstrar empiricamente que a educação socioemocional é uma ferramenta eficaz na promoção da inclusão e no enfrentamento do bullying em contextos escolares brasileiros. Além de suprir uma lacuna teórica, os achados oferecem subsídios práticos para políticas educacionais e formação docente, fortalecendo o compromisso com uma escola verdadeiramente inclusiva e equitativa Abstract: Despite legal and pedagogical advances towards inclusion, students with Autism Spectrum Disorder (ASD) remain at higher risk of peer victimization in school settings, which compromises their socio-emotional well-being and academic trajectory. Although the literature recognizes the role of Social and Emotional Learning (SEL) in promoting inclusive environments, there is still a research gap in Brazil regarding empirical evidence on how SEL practices may act as protective factors against bullying and exclusion. This study aimed to investigate how SEL contributes to reducing peer victimization among students with ASD in mainstream schools. Specifically, it sought to determine whether systematic SEL practices implemented by teachers are associated with lower rates of bullying experiences reported by these students. The method consisted of a cross-sectional survey, with questionnaires adapted for students aged 5 to 11 years, enrolled in mainstream schools and attending Special Education Services (AEE). Data collection included items concerning perceptions of victimization and socio-emotional competence development. Statistical analyses were conducted using SPSS software, comprising descriptive statistics, correlations, and group difference tests. Results indicated that students with greater exposure to SEL practices reported lower involvement in victimization situations, demonstrating that competencies such as self-regulation, empathy, and cooperation function as protective factors. Furthermore, institutional support and a positive school climate emerged as mediating elements of this relationship. The study advances knowledge by providing empirical evidence that Social and Emotional Learning is an effective tool for promoting inclusion and addressing bullying in Brazilian school contexts. In addition to filling a theoretical gap, the findings offer practical implications for educational policies and teacher training, reinforcing the commitment to a truly inclusive and equitable school
Collections
- Dissertações [1038]