Diretrizes para o design de etiquetas digitais de manutenção e conservação de vestuário com ênfase nas pessoas com deficiência visual
Resumo
Resumo: Compreender as informações em etiquetas de composição de vestuário é essencial para que consumidores façam escolhas informadas, conheçam a origem e a qualidade dos materiais e realizem a manutenção adequada, prolongando a vida útil das peças. Essas etiquetas também são fundamentais para a indústria têxtil e para prestadores de serviços, sendo obrigatórias no Brasil de acordo com a Portaria do Inmetro nº 118, de 11 de março de 2021. No entanto, mesmo com as regulamentações que especificam conteúdo e simbologia, as etiquetas tradicionais apresentam desafios, como falta de compreensão das informações, desgaste, ausência de padronização no posicionamento e, principalmente, a falta de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Nesse cenário, o design inclusivo pode exercer um papel essencial ao propor soluções que ampliem o acesso às informações nas etiquetas, considerando as reais necessidades de diferentes perfis de usuários. Uma possível solução é o desenvolvimento de etiquetas digitais, utilizando tecnologias emergentes como os códigos QR (Quick Response) e NFC (Near Field Communication) para proporcionar uma experiência mais interativa e inclusiva. Desta forma, com um objetivo prático e prescritivo, esta tese apresenta um conjunto de recomendações para o design de etiquetas de composição em formato digital para vestuário, desenvolvido com base no método Design Science Research (DSR), adaptado em quatro fases principais: exploração, proposição, avaliação e finalização. Na fase de exploração, identificou-se lacunas acerca das etiquetas físicas e digitais por meio de revisões bibliográficas, pesquisa de campo, questionário online, entrevistas com especialistas e workshop com profissionais da área têxtil. Os dados coletados nesta etapa foram triangulados, resultando na identificação das principais classes de problemas. Na segunda fase, proposição, realizou-se uma sessão de brainstorming e prototipagem de artefatos de média e alta fidelidade, resultando em um guia de recomendações de design e um modelo conceitual de etiqueta digital. A fase de avaliação foi realizada por meio de ensaios de interação e questionário de satisfação no modelo SUS (System Usability Scale), aplicados junto a usuários domésticos e profissionais, incluindo pessoas com cegueira, baixa visão, daltonismo e surdez. Os resultados indicaram uma melhora significativa na compreensão das informações, aumento da satisfação dos usuários e maior acessibilidade para pessoas com deficiência. Além disso, o estudo sugere futuras integrações com dispositivos inteligentes, serviços de lavanderia, de descarte e inteligência artificial para aprimorar, ainda mais, a experiência com o vestuário e as etiquetas de composição Abstract: Understanding the information on garment composition labels is essential for consumers to make informed choices, know the origin and quality of materials, and carry out proper maintenance, extending the lifespan of garments. These labels are also fundamental for the textile industry and service providers, being mandatory in Brazil according to Inmetro Ordinance No. 118, of March 11, 2021. However, even with regulations specifying content and symbols, traditional labels present challenges, such as lack of information comprehension, wear and tear, lack of standardised placement, and, primarily, lack of accessibility for people with disabilities. In this context, inclusive design can play an essential role in proposing solutions that broaden access to label information, considering the real needs of different user profiles. One possible solution is the development of digital labels, using emerging technologies such as QR (Quick Response) codes and NFC (Near Field Communication) to provide a more interactive and inclusive experience. Thus, with a practical and prescriptive objective, this thesis presents a set of recommendations for the design of digital garment composition labels, developed based on the Design Science Research (DSR) method, adapted into four main phases: exploration, proposition, evaluation, and completion. In the exploration phase, gaps in physical and digital labels were identified through literature reviews, field research, an online questionnaire, interviews with experts, and a workshop with textile industry professionals. The data collected in this stage were triangulated, resulting in the identification of major problem categories. In the second phase, proposition, a brainstorming session and prototyping of medium- and high fidelity artefacts were carried out, resulting in a design recommendations guide and a conceptual model of a digital label. The evaluation phase was conducted through user interaction trials and a satisfaction questionnaire based on the System Usability Scale (SUS), applied to domestic and professional users, including people who are blind, have low vision, are colourblind, and are deaf. The results indicated a significant improvement in information comprehension, increased user satisfaction, and greater accessibility for people with disabilities. Additionally, the study suggests future integrations with smart devices, laundry and disposal services, and artificial intelligence to further enhance the experience with garments and composition labels
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