"NÃO FALA COM ESTRANHOS, MAS “CANTA” AS ESTRANHAS: PERFIL DOASSÉDIO EM CURITIBA A PARTIR DO MAPA COLABORATIVO “CHEGA DEFIU-FIU”"
Resumo
"Este trabalho apresenta a etapa inicial da pesquisa que tem por objetivos principaiscompreender as marcas da verossimilhança nas narrativas sobre assédio publicadas no mapacolaborativo “Chega de Fiu-Fiu” e analisar que sujeito sincrético se constitui na articulaçãoentre a cidade e os cidadãos – assediados e assediadores –, também a partir dos depoimentosda mesma ferramenta. Nossa intenção nesta etapa é apresentar alguns aspectos do assédiosexual, especialmente aquele praticado nos espaços públicos urbanos – também chamado destreet harassment – e traçar um perfil das denúncias registradas em Curitiba. Com base nosdados coletados até agora vimos que o tipo de agressão mais frequente é o “assédio verbal”,que o período do dia em que a maioria das agressões ocorre é o da tarde e que a maior partedas denúncias foi feita por jovens de 20 a 24 anos. Notamos, também, que os dados sobre alocalização das ocorrências apresenta incorreções e, por ora, não incluímos este aspecto noperfil. Os métodos em que nos apoiamos são a pesquisa documental, na coleta de produtos decomunicação que dão visibilidade à prática do assédio, a bibliográfica, sobre a violênciacontra mulher e o assédio nas ruas, e a quantitativa, para o perfil das ocorrências da cidade deCuritiba registradas na ferramenta já mencionada. Posteriormente, para análise das narrativase da articulação entre os sujeitos cidade e cidadãos, contaremos com os modelos deverossimilhança de Gérard Genette e da sociossemiótica de Eric Landowski."