dc.description.abstract | A produção e destinação correta de lixo despontam como um dos maiores problemas emergentes no espaço urbano contemporâneo. Indissociável da produção de lixo, entretanto, está a crescente prática do consumo que, em função de campanhas publicitárias cada vez mais sofisticadas e com apelos de ordem subjetiva, é disseminada como algo natural e distante dos prejuízos socioambientais que geram. O presente artigo teórico busca problematizar precisamente a indissociabilidade entre consumo e produção de lixo, analisando seus efeitos corrosivos na esfera ambiental. Ele justifica-se por evidenciar a insustentabilidade que o modo consumista de vida coloca para a relação entre homem e natureza na contemporaneidade. Para tanto, foi delineado o seguinte trajeto: primeiro, é problematizada a ascensão histórica do consumo no capitalismo, intensificada após a II Guerra Mundial; em seguida, é colocada em análise a produção de uma subjetividade consumidora, que naturaliza as práticas de consumo sem qualquer tipo de preocupação com seu resultado; por fim, são abordadas as crises ambientais no que se refere especificamente à destinação de resíduos sólidos em nosso país. Como resultado parcial, constata-se que a dissociação entre consumo e produção de lixo consolida-se como um dos grandes desafios colocados para as cidades, demandando um debate que a desnaturalize e implique a população com os efeitos ambientais decorrentes dessa prática. | |