dc.description.abstract | Este artigo reflete sobre o uso da comunicação audiovisual contra-hegemônica como contribuição ao empoderamento feminino e de classe popular, a partir da experiência na produção do documentário ‘Mulher Sem Terra em Movimento’, realizado pela autora do artigo durante 2015 e 2016 para amplificar a voz da mulheres camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para tal, analisou-se as relações entre o patriarcado moderno e o capitalismo e a forma como a sociedade molda a vida da mulher e como a representa nos meios de comunicação. Observamos como as Mulheres Sem Terra do MST sofrem com o constante silenciamento e/ou criminalização de suas reivindicações. O artigo busca defender que produções audiovisuais feministas sob a ótica popular podem contribuir com a valorização da voz de mulheres desprivilegiadas no espaço de representação pública. Além disso, o conteúdo do documentário revela mulheres que encontraram, a partir do MST, uma proposta de sociedade livre de desigualdades e que passam a construí-la cotidianamente, problematizando questões sociais, econômicas e políticas ao mesmo tempo em que buscam a emancipação da mulher e a superação das opressões de gênero. Conclui-se como o documentário contribui com conteúdos que refutam a ideia da mulher submissa, ignorante, insegura e frágil – cujo principais papeis seriam o de mãe e esposa –, valorizando mulheres conscientes, empoderadas e atuantes na sociedade, para sua emancipação. | |