dc.description.abstract | A partir da metodologia da observação participativa, entrevistas com médiuns e a pesquisa antropológica dos mitos e rituais, a oficina tem como proposta apresentar um panorama da presença da Umbanda em Curitiba, bem como sua história no Brasil, seu papel sociocultural na formação de seus seguidores e suas polissemias que apresentam signos, linguagens, estéticas e políticas próprias. Médiuns se encontram entre a realidade e o imaginário, o presente e o passado, o corpo e a alma, entre seu consciente, o inconsciente coletivo e um consciente outro (entidade). Seus corpos operam como mídia conectando o espaço físico do terreiro com o metafisico da espiritualidade, servindo, concomitantemente, como meio e mensagem. A oficina é fruto de trabalho do grupo de pesquisa ECCOS – Estudos em Comunicação, Consumo e Sociedade (UFPR) que criou uma equipe interdisciplinar de investigação da Umbanda formada por pesquisadores das áreas de Antropologia (UFPR), História (UFTM), Comunicação (UFPR), Imagem (UNINTER), Dança (UNESPAR), música (UNESPAR) e análise do discurso (UNICENTRO). A sintaxe da Umbanda não é feita somente de palavras (em discursos, orações e letras das canções), mas sim pelo conjunto no qual incluem-se ritos e objetos carregados de simbologias, o sincretismo com outras religiões (catolicismo, espiritismo, candomblé e hinduísmo), a dança dos corpos como expressão viva da espiritualidade, o chamado ancestral dos atabaques, as manifestações e falas de caboclos e caboclas, pretas e pretos velhos, Exus; e se completa com a participação da assistência (o público consulente) que busca a cura física, espiritual ou a solução de problemas de ordem pessoal ou de práticas cotidianas da vida em sociedade. Cada gira (nome dado ao ritual religioso da Umbanda) encena, compacta e complexamente, a história, os dramas, os conflitos de classes, os anseios e o imaginário brasileiros, inscrita em luz, som e movimento sobre os corpos-mídia dos médiuns. | |