PIBID NAS ESCOLAS: AS EXPERIÊNCIAS PROFESSOR/MEDIADOR
Resumo
As reverberações que surgiram a partir das mediações propostas pelos bolsistas do PIBID Artes Cênicas UFPel, são o principal foco deste artigo. Utilizamos a oportunidade de estar em sala de aula para experimentarmos propostas de mediação nas escolas da rede pública de Pelotas/RS. A partir do texto de Consuelo Alcioni Borba Duarte Schlichta e Mauren Teuber, que problematizam a dimensão artística da mediação, a formação do educando/educador através da mediação e também a formação do professor-mediador, juntamente com um artigo de Maria Falkembach que aborda a questão do contato com a dança dentro do espaço e do currículo escolar. Após leitura e discussão deste texto, pibidianos que atuam na escola Frederico Ozanan que já haviam constatado via diagnóstico escolar (que é solicitado pelo PIBID antes que se comece a atuar de fato nas escolas) que existe um grande distanciamento dos estudantes de ensino fundamental, em relação ao teatro e a dança, pela falta de contato com apresentações que incorporam essas duas linguagens cênicas, que acontece devido a falta de interesse e também porque a maioria dos espetáculos se concentram no centro da cidade, o que impede as famílias das zonas periféricas com pouco poder de consumo de adentrar esses meios. Os integrantes do grupo do PIBID Artes Cênicas que atuam na escola Frederico Ozanan resolveram então criar práticas de mediação para levar aos espaços escolares na intenção de levar obras que possibilitem aos alunos das escolas atendidas pelo PIBID, um momento de apreciação/contemplação, seguidos de uma prática acerca de alguma temática que a obra cênica apresentada trouxe. Essas práticas partiram de trabalhos criados pelo Núcleo de Teatro e pelo Grupo Tatá, ambos projetos de extensão da Universidade Federal de Pelotas. As mediações, dentro desse contexto, tiveram por finalidade problematizar temáticas que as peças traziam através de exercícios corporais e rodas de conversa. As mediações tiveram resultados interessantes, foi possível constatar que os alunos puderam criar seus próprios significados e partilhá-los com seus colegas, mesmo envergonhados por não estarem acostumados à entrega que os exercícios corporais pediam, foi possível ouvir reflexões plausíveis que os alunos fizeram sobre a conexão de si com a obra após as mediações elaboradas e salientar a importância das mediações dentro do currículo escolar.