RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA E O PROTAGONISMO JUVENIL NO ENSINO MÉDIO
Resumo
A experiência aqui relatada foi realizada através do Programa Residência Pedagógica (RP) da Universidade do Vale do Taquari, subprojeto Educação Física, em uma escola-campo situada no município de Estrela, localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa tematiza um projeto institucional desenvolvido com alunos de terceiro ano do Ensino Médio e foi realizada com o consentimento da equipe diretiva da escola e dos estudantes. O projeto desenvolvido pautou-se no desafio de trabalhar, estimular e desenvolver o protagonismo juvenil com os estudantes e, assim, articulou-se com o desafio que a escola-campo recebeu ao tornar-se uma das escolas-piloto do Novo Ensino Médio, desenvolvendo o protagonismo juvenil de seus estudantes (MEC, 2018). Desse modo, o estudo teve por objetivo analisar os resultados do projeto voltado ao protagonismo juvenil, bem como os significados da RP para os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio. Costa (2000) define o protagonismo juvenil como uma modalidade de ação educativa, que busca a participação ativa e construtiva dos jovens através de atividades e exercícios que coloquem o próprio jovem como agente principal de uma ação. Metodologicamente, a produção das informações ocorreu através de um grupo de discussão, em que estiveram presentes dezesseis estudantes, rapazes e moças, que participaram do projeto. O diálogo do grupo de discussão foi gravado e transcrito com o consentimento dos estudantes. Após a transcrição, iniciou-se a análise e a discussão dos resultados, que evidenciaram os sentimentos de medo, de insegurança e de incompreensão despertados nos alunos a respeito do protagonismo em sua vida, os significados que a Residência Pedagógica possui para os alunos, como sendo um espaço de escuta atenta e de inovação, e as considerações dos alunos a respeito do papel da escola, o qual precisa ser repensado e reinventado de modo a contemplar além do que apenas conteúdos didáticos. A partir da pesquisa, foi possível perceber que as escolas precisam se reinventar para produzir mais sentido e vida nos alunos e ser um espaço de escuta. Ainda, a experiência mostrou-se importante para a formação docente e despertou muitos conhecimentos acerca da organização de uma escola, da realidade educacional brasileira, da construção de projetos institucionais e do papel do professor na vida de um estudante.