dc.description.abstract | Diferentes obstáculos encontrados pelos docentes do sexo masculino ao atuar em classes do Ensino Fundamental I na Escola Municipal Professor Erasmo Pilotto e Júlia Amaral de Lenna na cidade de Curitiba - PR proporcionaram um debate entre participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Acadêmicos/as do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR) compartilharam distintas situações conflituosas e embaraçosas emergentes nas escolas, ambiente majoritariamente composto por mulheres. Diante das situações vividas o objetivo desse trabalho é problematizar as relações de gênero que permeiam a docência. Para compreender o gênero da docência no ensino fundamental recorremos a literatura que demonstra que a identificação da mulher com a atividade docente, que hoje parece a muitos tão natural, era alvo de discussões, disputas e polêmicas. Houve uma associação de características tidas como femininas: gostar de criança, paciência, delicadeza e mesmo a maternidade como condição natural para desenvolver a educação e o cuidado dos pequenos, gerando como consequência o afastamento dos homens do dia-a-dia das instituições. Nesse cenário os bolsistas homens se sentiram incomodados para lidar com as meninas que a eles demonstraram afetividade. Agiram, portanto, conforme receio aos julgamentos que, como parte da compreensão da sociedade patriarcal, apresentam estigmas no que se refere à presença do professor do sexo masculino na educação de crianças. Por outro lado, as bolsistas mulheres refletiram sobre a importância do professor homem como referência na educação de meninos e meninas, isto é, o debate focou no aprendizado e respeito nas relações entre meninos, meninas, homens e mulheres na sociedade. Ao final consideramos que a discussão referente a inserção do professor homem nas séries iniciais do ensino fundamental nos cursos de formação de professores é essencial para romper barreiras, preconceitos e estigmas e, ao mesmo tempo, incentivar que os homens atuem nesse espaço como referência tanto para os meninos como para as meninas. | |