PERCEPÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ESCOLARES E A RELAÇÃO COM O INCENTIVO FAMILIAR
Data
2019-10-07Autor
Andrei Hergessel
Madalena Carlos da Silva Mesquita
Saulo Menna Barreto Dias
Marta Íris Messias Camargo Silveira
Susane Graup
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Mostrar registro completoResumo
A relação da prática de atividade física (AF) e hábitos saudáveis é de suma importância para o desenvolvimento motor, cognitivo e social de adolescentes (STRAPASSON, 2016), pois o processo contínuo, no qual o adolescente estimulado rotineiramente a ter uma vida saudável e ativa, certamente resultará na manutenção destes hábitos na vida adulta. Entretanto, o sedentarismo tem aumentado significativamente na adolescência, refletindo no aumento dos índices de obesidade nessa faixa etária. Entre os fatores motivacionais para a prática está o incentivo dos familiares sobre a importância da AF para a saúde e desenvolvimento, sendo necessário destacar que muitos pais relatam não possuir disponibilidade de tempo para este estímulo (CRAIG et al., 2013). Diante destas informações, o presente estudo pretendeu analisar a percepção do estado nutricional (EN) e do nível de atividade física (NAF) e a relação com o incentivo dos pais para a prática de AF em escolares de Uruguaiana/RS. Este estudo descritivo faz parte de um macroprojeto intitulado “Atividade Física, Aptidão Física e Estado Nutricional em Escolares de Uruguaiana/RS: análise temporal 2011-2019” (aprovado pelo Comitê de Ética da instituição dos pesquisadores sob o parecer Nº 2.961.732) e está sendo realizado em parceria com o PIBID nas escolas. A população deste estudo foi composta por escolares de 10 a 17 anos, de ambos os sexos, matriculados na rede pública de ensino da cidade, tendo como amostra estimada, aproximadamente 1000 alunos. Os dados apresentados são preliminares, pois as coletas ainda estão em andamento e para o presente estudo foram analisados, por meio de questionário, dados relativos à percepção do EN, percepção do NAF e percepção sobre o incentivo dos pais para a prática de AF. As coletas foram realizadas em três escolas, situadas em diferentes localidades do município, sendo previamente agendadas com a direção e realizadas em local reservado para tal. Para a análise dos dados foi utilizada estatística descritiva. Foram avaliados 451 escolares com média de idade de 13,3 (±1,975), sendo 46,1% do sexo feminino. Em relação à percepção de EN, 21% dos avaliados se percebem com sobrepeso e apenas 2% com obesidade, sendo que 12,3% se percebem sedentários (inativos). Apenas 26,3% das mães e 28,6% dos pais levam os filhos para praticarem AF, 21,7% das mães e 24,8% dos pais praticam com os filhos. Apenas 15,9% das mães e 26,8% dos pais foram percebidos como pessoas que não estimulam a prática de AF dos filhos. A percepção do NAF do escolar apresentou associação significativa com o fato dos pais (tanto o pai quanto a mãe) levarem o filho para a prática de AF (p<0,001), bem como, com o fato do pai praticar AF com os filhos (p<0,001). Considerando a associação com o EN do escolar, apenas o fato da mãe praticar AF com o filho apresentou significância (p=0,029). Com base nos resultados é possível concluir que o incentivo dos pais pode influenciar significativamente a percepção do EN e do NAF dos escolares, evidenciando a importância do estímulo dos familiares para a prática de AF na adolescência.