A INTERMIDIALIDADE E OS MOVIMENTOS ESTÉTICOS VANGUARDISTAS: COMO JUSTAPÔ-LOS EM CLASSE?
Data
2019-10-08Autor
Clarisse Longhi
Ludmilla Borinelli
Luiza Aksenen
Mauro Leal
Nathaly Justino
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As mudanças sucedidas nas esferas econômicas, sociais, epistemológicas e comunicativas determinaram uma transformação significativa no perfil do corpo social moderno. Envoltos por esse cenário interconectado, com novos mecanismos de comunicabilidade, os processos de decodificação dos signos linguísticos tornam-se outros. À luz dessa observação, este trabalho desenvolveu-se de modo a estimular um letramento intermidiático, por intermédio da comparação de objetos artísticos compostos pela união de diferentes mídias. Para isso, definiu-se como base teórica os preceitos de intermidialidade presentes no livro Intermidialidade e Estudos Interartes: Desafios da Arte Contemporânea, organizado por Thais Diniz e André Vieira em 2012, a partir da qual estabeleceram-se noções quanto a presença dessa prática nas atividades artísticas, principalmente nos movimentos contemporâneos, como uma rede rizomática que engloba polos tecnológicos, culturais, históricos e sociais. Assim, utilizou-se como recurso didático — em sala de aula — a exposição de conceitos e exemplificações de obras pertencentes à Pop Art e à escola literária da Poesia Concreta. Bem como, uma dinâmica de análise crítica de outros exemplos dos movimentos artísticos, com o intuito de explorar as leituras, associações e interações dos alunos com os elementos verbo-visuais selecionados. Além disso, o desfecho desta etapa do projeto engendrou-se na pormenorização de uma manifestação artística muito próxima aos estudantes: a Arte de Rua, possibilitando iniciar um debate sobre a própria condição da Arte afastada de um panorama elitizado. Observou-se, desse modo, um caráter altamente reflexivo na decodificação dos símbolos aos quais foram expostos (sendo eles verbais ou imagéticos), apresentado pela turma de modo enérgico e por meio de um profundo envolvimento tanto com as obras, quanto com as discussões sociais materializadas pelas mesmas. Por fim, concluiu-se que os discentes estão dispostos e capacitados para um contato extensivo com materiais intermidiáticos, uma vez que, com os devidos estímulos e questionamentos orientadores, são aptos a compreender e assimilar os conteúdos que compõem as interartes.