dc.description.abstract | Busca-se, no presente trabalho, fazer o uso de experiências em sala de aula para guiar uma discussão sobre como atuam os padrões dominantes de feminilidade, de masculinidade e de orientação sexual no ambiente escolar. O ponto de partida foi a provocação oriunda de quatro relatos - dos quais dois casos de bullying homofóbico e duas perguntas feitas por alunos - Dada análise, verificou-se que os casos de bullying homofóbico relacionam-se tanto com a vigilância da sexualidade e do cumprimento dos papéis de gênero, como com a manifestação da virilidade, uma vez que os ataques se revestem de comportamentos autorizados para o “macho” e forjam uma alteridade desviante. Quanto aos questionamentos levantados pelos alunos, verifica-se a oposição entre o “nós-normais” e o “outro-desviante”, a naturalização da orientação heterossexual e a tentativa de esconder a diferença. A escola, apesar de agrupar em seu interior os mais diversos sujeitos, por vezes contribui para a manutenção da ordem social vigente, disseminando preconceitos e compactuando com o silenciamento das minorias. Durante a experiência com o PIBID (2018-2019), tanto no Colégio Estadual Rui Barbosa (Guarapuava – PR) como no Colégio Estadual Bibiana Bitencourt (Guarapuava – PR), questões relativas à gênero e sexualidade se fizeram presentes no cotidiano escolar, apresentando-se como desafios a prática docente. A garantia da ordem de gênero se subscreve em discursos heteronormativos, no silenciamento e invisibilização das temáticas de gênero e sexualidade. Sustenta-se a ordem concebendo a condição da heterossexualidade como natural, compactuando com o silenciamento e invisilibizando os sujeitos que não cumprem com as expectativas dos papéis tradicionais de gênero. Agrega-se a problemática o medo dos educadores em falar sobre gênero e sexualidade - medo que, por sua vez, pressupõem uma noção de contágio e/ou de sexualidade como pertencente ao âmbito privado. Por fim, defende-se uma educação plural, que não esteja ancorada em um tipo ideal masculino, branco, heterossexual, adulto, burguês, física e mentalmente dentro dos parâmetros de normalidade. | |