“EU SOU MORENINHA”: Identidade e racismo
Data
2019-10-08Autor
Julia da Rosa Savian
Ana Alves Colaço
Ana Vicente
Emanuelli Latczuk
Mariana Hlatki
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Sabe-se que a Lei 10.639/03 - que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana – operou como uma ação afirmativa que reconhece a escola como um dos espaços que atua na construção da identidade étnica/racial. A lei se apresenta frente a valorização simbólica de aspectos culturais, históricos e artísticos da Europa em detrimento do legado dos outros grupos étnicos que compõem o caso brasileiro. Contudo, por vezes, os debates encaminhados no ambiente escolar estão demasiadamente atrelados a datas comemorativas, enquanto se negligencia as atitudes racistas que acabam por permear o cotidiano com naturalidade. Neste contexto, se faz necessário pensar a identidade negra como uma construção social, histórica e cultural que se faz do eu, que se desenvolve em uma relação entre significantes intermediada pelo reconhecimento do eu que é feito pelo outro e as dificuldades em se identificar como negro no contexto escolar. Durante o período de observação e de desenvolvimento de aulas proporcionado pelo PIBID (2018-2019), tanto no Colégio Estadual Rui Barbosa (Guarapuava - PR) como no Colégio Estadual Bibiana Bittencourt (Guarapuava - PR) se notou que os alunos recorrem à “eufemismos” para adjetivar cores de pele que não a branca: não se fala negro e sim moreninho(a), mulato(a) ou cor de cuia. Buscou-se no presente trabalho refletir sobre as possíveis relações entre racismo, a decorrente significação negativa da palavra negro e a construção da identidade negra, para tratar das possibilidades de construir representações positivas, que auxiliem nos processos identitários dos negros, dentro do ensino de História.