PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NA UNIPAMPA: FORMAÇÃO DOCENTE NO HORIZONTE DA INOVAÇÃO PEDAGÓGICA
Resumo
Este estudo tem por tema práticas de leitura e escrita de Língua Portuguesa, observadas no Programa Residência Pedagógica, da UNIPAMPA, Bagé. O núcleo de Língua Portuguesa conta atualmente com 23 residentes, alunos do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa da instituição; 3 preceptoras, professoras da Educação Básica e comigo - docente orientadora do núcleo. As professoras têm a tarefa de orientar os residentes no planejamento pedagógico e nas práticas de ensino realizados nas escolas envolvidas. Mas a tarefa não é fácil nem pacífica. A prática a ser analisada foi realizada em uma das escolas públicas em que atuamos. Ela aponta para algumas dificuldades, mas, felizmente, para encaminhamentos que confirmam a possibilidade de superá-las. Entendemos que o sentido se constitui na interação, nas diferentes situações de uso da língua, por isso nossa unidade de análise é o texto. Pensando em um percurso aplicado que supõe leitura e escrita, as residentes envolvidas, inicialmente, planejaram a leitura de um texto, mas escolhido aleatoriamente, dissociado da realidade dos alunos e a respeito do qual não previam qualquer desenvolvimento. Resultado: a leitura esteve isolada de outras práticas de linguagem. Recuperamos, na orientação, a preceptora e eu, a necessidade de refletir sobre relações possíveis entre os gêneros estudados, o que determina uma seleção, não improvisada, mas necessária e subordinada ao desenvolvimento de competências de leitura, de escrita e de análise linguística que os gêneros selecionados demandem. Essa discussão encaminhou as residentes para - partindo de um fato marcante na comunidade: um acidente de trânsito que envolveu uma aluna da escola – a seleção de vídeos e entrevistas que tematizaram acidentes de trânsito. A partir dessas leituras, os alunos elaboraram questões para suas entrevistas e aplicaram-nas a entrevistados de sua escolha; depois, produziram vídeos dessas entrevistas. Todos constatamos que mesmo alunos que pouco participavam da aula de Língua Portuguesa se envolveram e participaram da atividade. Refletimos então sobre a ideia de que o texto não é meramente o lugar de informação – ou de transmissão de informação -, mas de interação, de constituição de sentido. Também sobre a ideia de que a aula de língua deve ser significativa e levar em conta as experiências de vida dos alunos.