EDUCAÇÃO MATEMÁTICA FINANCEIRA: UMA PROPOSTA DE ENSINO
Data
2019-10-08Autor
Flavio Carvalho
Bruno Fasolin
Tânia Zimer
Sandra Martins
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esse trabalho se refere a um projeto sobre o ensino da matemática e tem por objetivo relatar uma metodologia para trabalhar com conteúdos da educação financeira. Fugindo do cronograma tradicional, foi proposto aos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Paraná que realizassem projetos extracurriculares às turmas de ensino médio do Colégio Estadual do Paraná. O projeto neste colégio envolveu diferentes temas, entre eles o de Educação Matemática Financeira, foco desse trabalho. Com essa ideia, começou-se a elaborar os tópicos a serem tratados usando como base as dificuldades vistas no cotidiano das pessoas, sendo então selecionados os seguintes: Características do trabalho; Despesas fixas e variáveis; Salário e desconto salarial; 13º salário e férias; Planejamento financeiro; Empréstimos e financiamentos; Noções de investimento. As aulas foram realizadas no contraturno dos alunos do segundo ano do ensino médio no período da tarde, às terças-feiras. O Projeto teve duas turmas, a primeira realizada entre os meses de março e maio, totalizando 7 encontros, e a segunda realizada entre os meses de junho e julho, totalizando 5 encontros. O projeto foi desenvolvido de maneira que as aulas fossem pautadas em debates sobre os tópicos já indicados. Ao todo, participaram 20 alunos do ensino médio desta experiência de prática pedagógica dos pibidianos. O trabalho foi iniciado explicando-se a diferença entre despesa fixa e variável, trabalho formal e informal, renda e benefícios trabalhistas na primeira metade das aulas. Nesta etapa, o conteúdo matemático foi direcionado às operações básicas e a conceitos da educação financeira: como organizar o orçamento com as rendas e despesas. Na segunda metade do projeto, abordou-se mais conteúdos da Matemática que da educação financeira para tratar o funcionamento dos tópicos de empréstimos, financiamentos e investimentos, por exemplo: o funcionamento da Tabela Price e Taxa SELIC. Em alguns casos, foi perceptível a relação que os alunos fizeram com problemas relacionados aos tópicos, e muitas vezes enfrentados em casa, os quais não sabiam como resolvê-los. Mesmo tratando de um conteúdo matemático que, a princípio, eles já deveriam saber, pois consta no currículo escolar de anos/séries anteriores, tal como o cálculo de porcentagem. Em outros, eram conteúdos não vistos normalmente em sala de aula, porém muito utilizados no dia a dia, como investimentos e cálculos de juros em empréstimos e financiamentos. Como resultado desta proposta de ensino para a educação matemática financeira, pode-se apontar que houve interesse manifestado pelos participantes sobre o tema, visto as interações e participações no decorrer dos debates. Também, as maiores dificuldades vistas dos alunos foram o uso da calculadora e a conversão de porcentagem para número decimal. Com a experiência adquirida em sala de aula, conseguiu-se perceber as dificuldades e comportamentos dos alunos, além disso, foi aprendido sobre como ensinar um conteúdo não visto antes, nem na época de colégio e nem agora durante a graduação.