| dc.description.abstract | MODALIDADE POSTER Eixo 8: Processos de Ensino e aprendizagem nos anos Iniciais do Ensino Fundamental e educação infantil APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA: TEORIAS E PRÁTICAS EM DISCUSSÃO[1] Jéssica T. R. Sequinel1, Marli D. A. Futata2 1. Estudante do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (PIC/UEM) 2. Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – Departamento de Pedagogia/Orientadora Resumo Trata-se de uma pesquisa de Iniciação Científica, em andamento, sobre alfabetização e letramento. O objetivo é identificar as práticas pedagógicas propostas para o ensino da leitura e da escrita ao longo da História da Educação Brasileira. A investigação utiliza a pesquisa bibliográfica, na parte prática da pesquisa. Na parte teórica, o método de análise é o da Ciência da História para a qual, a educação é um fenômeno essencialmente humano e social produzida pelo conjunto dos homens para atender as demandas de cada momento histórico. Espera-se que a pesquisa contribua para o aprofundamento do conhecimento acerca da história da alfabetização e, para além, sirva de referência para outros estudos. Palavras Chaves: Alfabetização; Letramento; História da Educação no Brasil. Introdução Trata-se de uma pesquisa de Iniciação Científica, em andamento, sobre alfabetização e letramento. O objetivo é identificar as práticas pedagógicas propostas para o ensino da leitura e da escrita ao longo da História da Educação Brasileira. Como acadêmica do curso de pedagogia, e estando em contato com o processo de alfabetização das crianças, percebeu-se a necessidade dos professores alfabetizadores já atuantes, e em especial os recém-formados, conhecerem os métodos de alfabetização para fundamentar o processo do ensino da leitura e da escrita. Há diversas propostas metodológicas para a prática de alfabetização e, o conhecimento, o estudo e a compreensão dessas propostas é a base para que seja realizado um trabalho assertivo com a criança nos anos iniciais da escolarização formal. As discussões sobre alfabetização no Brasil nos remetem, necessariamente, ao processo histórico que as envolvem a partir do final do século XIX, quando a educação passou a ser apontada como o mito da modernidade. A escola, por sua vez, deveria contemplar os ideais do Estado republicano. Essa nova ordem política precisava atingir as massas iletradas e a escola passou a ser vista, desde aquela época, como salvadora dos males sociais e caminho para o progresso do Estado-Nação. Dessa forma foi depositada na escola a expectativa de lugar de instrução para promover a modernização e o desenvolvimento social. Assim, a instrução que era restrita a pequenos grupos de privilegiados se tornou um instrumento necessário também ao povo, como a idealização de uma sociedade moderna que se identificava com a disseminação do ensino da leitura e da escrita (MORTATTI, 2000). A partir de então, até os dias atuais, a história do ensino da leitura e da escrita, passou por diversas fases e compôs, basicamente, dois grupos, a saber: de um lado os que priorizam o ensino e, de outro os que priorizam a aprendizagem. Metodologia O estudo está sendo realizado por meio da pesquisa bibliográfica, na parte prática da pesquisa, e utilizando estudos e pesquisas sobre a temática, uma vez que “[...] a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório” (LIMA, MIOTO, 2007, p. 38). Na parte teórica, o método de análise é o da Ciência da História para a qual, a educação é um fenômeno essencialmente humano e social. A fundamentação se dá a partir dos estudos e pesquisas realizados por autores renomados no assunto como Magda Becker Soares, Marlene Carvalho, Ana Luiza Bustamante Smolka, Lígia Márcia Martins, Emília Ferreiro, Paulo Freire e Maria do Rosário Longo Mortatti, entre outros. Para além da discussão apresentada por esses autores, a contribuição desses estudos se dá também, pelas diferentes perspectivas que apresentam sobre a temática. Quadros teóricos divergentes que promovem a compreensão das questões históricas relacionadas à educação e que nos auxilia na produção prática de uma sugestão didática. Pautamo-nos em uma pesquisa qualitativa, pois não estamos buscando apenas dados quantitativos, mas sim, condições de conhecer as propostas apresentadas para o ensino da leitura e da escrita, compreender como é processado o ensino pela criança, em cada prática proposta e produzir atividades e materiais didáticos que auxiliem professores e alunos, nessa tarefa. Resultados e Discussão O estudo que se apresenta aqui é uma pesquisa de iniciação científica, em andamento, portanto, os resultados são parciais. O debate sobre alfabetização no Brasil está intimamente ligado ao debate sobre métodos de ensino. Isso gerou, desde o final do século XIX, uma disputa entre as explicações sobre o fracasso da alfabetização. Da metodização às propostas de desmetodização, o ensino da leitura e da escrita no Brasil, foi submetido a diferentes fazeres. Apesar das diversas dimensões que compõem o problema, criou-se a ilusão de que o método seria o ponto mais importante para o fim do fracasso escolar, o que não é real. Isso porque além do método muitas outras questões norteiam as tentativas de diminuir as dificuldades de nossos alunos em aprender a ler e escrever, sendo o método de ensino apenas mais um recurso dentro de uma teoria educacional. Conclusão Podemos concluir até aqui que a questão dos métodos sempre foi ponto de tensão na discussão sobre o fracasso da alfabetização. Ainda que levantadas outras hipóteses como a maturidade das crianças, ou até as questões postas pela psicologia do estudo de Emília Ferreiro, ainda assim o que perdura é qual deve ser o método para alfabetização que findaria o fracasso da aprendizagem da leitura e escrita. Entretanto, arriscamos afirmar que o método por si só não produz resultados. Muitos intelectuais defendem propostas novas que se denominam modernas, enquanto outros reafirmam a necessidade de não abrir mão do conhecimento produzido e acumulado nessa área. Pode ser importante fazer uma análise do que surtiu efeito nas décadas anteriores em relação às formas de pensar e agir dos professores alfabetizadores para que não perdure nenhum tipo de resistência a novas ideias que precisarão ser pensadas e testadas. Referências bibliográficas CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. FERREIRO, Emilia, TEBEROSKY, Ana. A Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: ARTMED, 1999. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2003. LIMA, Telma Cristiane Sasso de. MIOTO, Regina Célia Tamaso. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Revista Katal. Florianópolis, 2007, p. 37-45. MARTINS, Lígia Márcia; MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. As perspectivas construtivista e histórico-crítica sobre o desenvolvimento da escrita. Campinas: Autores Associados, 2015. MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: UNESP, 2000. ______. Educação e letramento. São Paulo: Unesp, 2004. SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como processo discursivo. São Paulo: Cortez, Campinas, SP: UNICAMP, 2003. SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003. ______. Letramento: um tema em três gêneros. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. [1] Pesquisa de Iniciação Científica – PIC/UEM-CRC . | |