Patrulha escolar comunitária no Paraná : concepções de diretores, pedagogos e professores de escolas estaduais do município de Curitiba

Abstract

Resumo: A questão da violência escolar tem assumido um papel central nas preocupações públicas ao longo das últimas décadas, gerando um intenso debate a respeito dessas situações. Isso tem implicado em posições nem sempre coincidentes sobre as possibilidades de enfrentamento nesse contexto, e, em alguns casos, tem surgido como resposta à reivindicação da presença da polícia nas escolas. A discussão sobre os impactos da presença da polícia nas dinâmicas educacionais tem recebido maior atenção e se tornado objeto de pesquisas científicas, com o objetivo de contribuir para novos conhecimentos e possibilidades de enfrentamento nessa realidade. Este estudo apoiou-se em bases teóricas dentro de uma perspectiva críticohistórica, compreendendo os fenômenos educacionais e as dinâmicas psicossociais, internas ao contexto escolar, como construídas sociohistoricamente e podendo ter bases comunitárias participativas que poderiam colocar a relação "escola-polícia" assentada na busca de justiça e dignidade para todos. O presente estudo propôs-se a identificar as concepções dos diretores, pedagogos e professores sobre a atuação da Patrulha Escolar nas escolas do município de Curitiba. Nesta pesquisa de caráter qualitativo foram utilizados questionários autoaplicáveis, com perguntas abertas e fechadas, por meio da plataforma Google Forms. Responderam às perguntas 110 profissionais da educação - 24 diretores, 16 pedagogos e 70 professores - que atuam em 20 escolas estaduais situadas no município de Curitiba. Os resultados mostraram a importância da colaboração entre a escola, a polícia e a comunidade para a promoção de um ambiente escolar seguro. Observou-se que adotar uma abordagem sensível e colaborativa, alinhada com os princípios da psicologia social comunitária, pode ser fundamental para promover a confiança, a cooperação e a construção de comunidades mais seguras e dignas. Apesar de existirem diferentes perspectivas sobre como essa colaboração deve ser implementada e quais devem ser os limites do envolvimento policial, observou-se que envolver diversos atores é fundamental para abordar os desafios que vão além das escolas e afetam a segurança escolar. Isso sugere a necessidade de uma abordagem holística e integrada da segurança nas escolas, reconhecendo que questões sociais mais amplas também desempenham um papel importante nas relações entre a polícia e a escola.

Abstract: The issue of school violence has assumed a central role in public concerns over the last few decades, generating intense debate regarding these situations. This has resulted in positions that are not always coincident on the possibilities of confrontation in this context, and, in some cases, it has emerged as a response to demands for the presence of the police in schools. The discussion about the impacts of the police presence on educational dynamics has received greater attention and has become the object of scientific research, with the aim of contributing to new knowledge and possibilities for coping with this reality. This study was based on theoretical bases within a critical-historical perspective, understanding educational phenomena and psychosocial dynamics, internal to the school context, as socio-historically constructed and may have participatory community bases that could put the "school-police" relationship in place in the search for justice and dignity for all. The present study aimed to identify the conceptions of principals, pedagogues and teachers about the performance of the School Patrol in schools in the city of Curitiba. In this qualitative research, self-administered questionnaires were used, with open and closed questions, using the Google Forms platform. 110 education professionals responded to the questions - 24 principals, 16 pedagogues and 70 teachers - who work in 20 state schools located in the city of Curitiba. The results showed the importance of collaboration between the school, the police and the community to promote a safe school environment. It was observed that adopting a sensitive and collaborative approach, aligned with the principles of community social psychology, can be fundamental to promoting trust, cooperation and the construction of safer and more dignified communities. Although there are different perspectives on how this collaboration should be implemented and what the limits of police involvement should be, it was observed that involving diverse actors is fundamental to addressing challenges that go beyond schools and affect school safety. This suggests the need for a holistic and integrated approach to school safety, recognizing that broader social issues also play an important role in police-school relations.