A construção da identidade docente nas narrativas de professoras da escola básica de Campo Largo-PR : os sentidos das experiências vividas

Abstract

Resumo: Esta dissertação de mestrado objetiva construir sentidos a partir das experiências de docência das professoras participantes do grupo de pesquisa, no qual me incluo, de uma escola municipal da cidade de Campo Largo-PR, retomando memórias das escolhas profissionais, estabelecendo relações com as bases de conhecimentos e saberes necessários à constituição da identidade profissional docente, para atuar na escola básica contemporânea. A escrita aqui apresentada, corresponde à metodologia de narrativas, a partir de atividades geradas por interesses do próprio grupo de professoras participantes, que por isso geraram reflexões sobre si mesmas, sobre suas concepções, sobre os seus pares, que se envolvem no ensino escolar, e que trouxeram suas narrativas, visando trocar experiências da docência. Esse fazer-se por meio das experiências vividas e narradas considerou como pressupostos teórico-metodológicos, a pesquisa narrativa, abordando os conceitos estabelecidos pelos autores Clandinin e Connelly (2000; 2011), que retomam a análise das experiências educacionais e formativas com base na teoria de Dewey (1938). O autor enfatiza a experiência como um caminho para a pesquisa e a aprendizagem, tendo como princípios, a interação e a continuidade no processo de aprender a docência. As experiências aqui narradas foram interpretadas também a partir da perspectiva da composição de sentidos, com base nas autoras Ely; Vinz; Anzul e Downing (2001). Busquei tecer as contribuições que as narrativas das participantes propiciaram, considerando os autores que contribuem metodológica e teoricamente com essa pesquisa, entendendo que seus aportes estão relacionados com nossas experiências profissionais e pessoais, podendo ser aplicados em nossa prática docente. Assim, mobilizei os conceitos sobre identidade docente e a formação de professores a partir das acepçõs de Shulman (1987), Nóvoa (1995) e Marcelo García (2009), quando se refere aos modelos seguidos de seus professores e experiências enquanto alunos. Não se trata de listar somente o que é ser professor, mas procurar compreender a prática educacional como ação, reflexão e compreensão, processos nos quais o(a) professor(a) emprega seus conhecimentos e saberes, como docente e intelectual transformador, segundo Giroux (1997). Considero os sentidos das experiências aqui narradas, a partir da produção da cultura das escolas, com base em Forquin (1993), Geertz (1973), Viñao Frago (1995), Bourdieu (1980,1984) e Hagemeyer (2006). Ao interpretar e ampliar de forma sensível e constante suas próprias experiências, as professoras aperfeiçoam seus conhecimentos, metodologias e atividades, buscando reconhecer sua identidade profissional e promovendo sua autoformação, como afirmam Tardif (2010) e Marcelo Garcia (2009). A vontade de compreender o que faz um professor se destacar em sua tarefa de ensinar, tornou-se desta forma, um impulso revelador. Trazer os processos de composição de sentidos sobre nossa profissão, foi para mim demonstrar como nossa identidade é transformada continuamente, por elementos que fazem parte de um todo histórico, social, cultural e espiritual. Essa experiência, que se articulou à pesquisa narrativa, constituiu-se um caminho profícuo para a formação e a compreensão de nossa identidade profissional e pessoal docente.

Abstract: This master's dissertation aims to construct meanings from the teaching experiences of the teachers participating in the research group, in which I include myself, from a municipal school in the city of Campo Largo-PR, resuming memories of professional choices, establishing relationships with the knowledge bases and knowledge necessary for the constitution of the professional teaching identity, to work in contemporary basic schools. The writing presented here corresponds to the methodology of narratives, based on activities generated by the interests of the group of participating teachers, who therefore generated reflections about themselves, about their conceptions, about their peers, who are involved in school teaching, and who brought their narratives, aiming to exchange teaching experiences. This process is done through lived and narrated experiences, considering narrative research as theoretical-methodological assumptions, addressing the concepts established by the authors Clandinin and Connelly (2000; 2011), who resume the analysis of educational and training experiences based on the theory by Dewey (1938). The author emphasizes experience as a path to research and learning, with interaction and continuity as principles in the process of learning to teach. The experiences narrated here were also interpreted from the perspective of the composition of meanings, based on the authors Ely; Vinz; Anzul and Downing (2001). I sought to weave the contributions that the participants' narratives provided, considering the authors who contribute methodologically and theoretically to this research, understanding that their contributions are related to our professional and personal experiences, and can be applied in our teaching practice. Thus, I mobilized the concepts about teaching identity and teacher training based on the concepts of Shulman (1987), Nóvoa (1995) and Marcelo García (2009), when referring to the reproduction of teaching practices, introjected from teaching models and experiences as students. It is not just about listing what it means to be a teacher, but trying to understand educational practice as action, reflection and understanding, processes in which the teacher uses his/her knowledge and knowledge of teaching. By bringing the experiences told and narrated here, seeking their meanings, I situate the teacher as a teacher and intellectual, as proposed by Giroux (1997). I consider the meanings of the experiences narrated here, based on the production of school culture, based on Forquin (1993), Geertz (1973), Viñao Frago (1995), Bourdieu (1980, 1984) and Hagemeyer (2006). By sensitively and constantly interpreting and expanding their own experiences, teachers improve their knowledge, methodologies and activities, seeking to recognize their professional identity and promoting their self-education, as stated by Tardif (2010) and Marcelo Garcia (2009). The desire to understand what makes a teacher stand out in their teaching task has become, in this sense, a revealing impulse. Bringing the processes of composition of meanings about our profession, for me, demonstrated how our identity is continually transformed, by elements that are part of a historical, social, cultural and spiritual whole. This experience, which was linked to narrative research, constituted a fruitful path towards the formation and understanding of our professional and personal teaching identity.