Lampejo no instante do perigo : estudos sobre os aspectos históricos e estéticos do livro A revolta dos guarda-chuvas (1998)

Abstract

Resumo: O presente trabalho analisa a obra A revolta dos guarda-chuvas (1998), a qual responde ao contexto histórico-dialético de sua época, tanto na escolha das representações simbólicas da narrativa quanto nas suas significações imagéticas transpostas nas ilustrações. Para que haja essa devida contextualização à qual a obra responde, é necessário analisar outras obras de "caráter resistente", as quais foram publicadas ora em um momento restrito sob regimes autoritários, ora sob um momento amplo do sistema de exploração capitalista, assim as formas com que esse caráter de resistência surge revelam a construção interna dos livros. Não só esse panorama materialista histórico mostra as interferências na estrutura dessas artes, mas também evidencia as relações dialéticas que se dão entre os períodos. Por fim, diante dessas relações, percebe-se que, no grupo de livros que não estão sob uma tensão social, que é o caso do nosso objeto de estudo, é buscada uma rememoração reparadora a obras escritas sob esse passado autoritário. Trata-se, então, de uma dialética entre o passado e o presente a qual interpreta-se pela ótica de Benjamin, mais especificamente por meio da sua tese VI sobre os conceitos de história. Diante disso, é nessa interação temporal que surge "o lampejo" diante do sujeito histórico, nesse caso, este sujeito trata-se da classe oprimida representada no livro e do leitor criança. O momento de "lampejo" dessa obra, portanto, é visto como uma produção "genuinamente" da literatura infantil, tanto na autenticidade de sua linguagem feita ao leitor criança quanto na articulação histórico-dialética com o meio, agora desapegado dessa opressão. Portanto, o método pelo qual se fazem essas suposições não poderia deixar de ser a crítica Sociológica Marxista e pela crítica da Literatura Infantil

Abstract: The present work analyzes the work A revolta dos guarda-chuvas (1998), which responds to the historical-dialectical context of its time, both in the choice of symbolic representations of the narrative and in its imagery transposed in the illustrations. In order to have this proper contextualization to which the work responds, it is necessary to analyze other works of "resistant character", which were published sometimes in a restricted moment under authoritarian regimes, sometimes under a broad moment of the capitalist exploitation system, so the ways in which this character of resistance arises reveal the internal construction of the books. Not only does this historical materialist panorama show the interferences in the structure of these arts, but it also highlights the dialectical relations that occur between the periods. Finally, from these relationships, it can be seen that, in the group of books that are not under social tension, which is the case of our object of study, a reparative remembrance is sought to works written under this authoritarian past. It is, then, a dialectic between the past and the present which is interpreted through Benjamin's perspective, more specifically through his thesis VI on the concepts of history. Therefore, it is in this temporal interaction that "the flash" appears before the historical subject, in this case, this subject is the oppressed class represented in the book and the child reader. The moment of "flash" of this work, therefore, is seen as a "genuinely" production of children's literature, both in the authenticity of its language made to the child reader and in the historical-dialectical articulation with the environment, now detached from this oppression. Therefore, the method by which these assumptions are made could not fail to be Marxist Sociological criticism and by the criticism of Children's Literature