Movimentações epistemológicas na linguística entre 1861 e 1880

Abstract

Resumo: Nesta dissertação, apresentarei um estudo do período entre os anos de 1861 e 1880 na linguística realizada nas instituições europeias. O trabalho possui dois objetivos centrais: em primeiro lugar, submeter à crítica as análises já realizadas do período nos âmbitos da filosofia da ciência (LEROUX, 2007), da sociologia da ciência (AMSTERDAMSKA, 1987) e da historiografia linguística (KOERNER, 1989g); em segundo, reanalisá-lo a partir de um quadro teórico da filosofia da ciência sociológica e historiograficamente informado. Para tanto, parto do pressuposto de que os valores cognitivos adotados pela comunidade de cientistas desempenham um papel mais substancial do que os valores sociais defendidos individualmente (LAKATOS, 1970; LACEY, 2008), ainda que os últimos se manifestem em algum grau. Os linguistas do período considerados no trabalho serão os seguintes: Johan Nicolai Madvig (1805-1886), Georg Curtius (1820-1885), August Schleicher (1821-1868), Max Müller (1823-1900), Heymann Steinthal (1823-1899), William Dwight Whitney (1827-1894), August Leskien (1840-1916), Berthold Delbrück (1842-1922), Hermann Paul (1846-1921), Hermann Osthoff (1847-1909), Karl Brugmann (1849-1919). Ao longo do trabalho, tentarei mostrar que o modelo de ciência da linguagem proposto pelos jovens gramáticos (ou neogramáticos) se diferencia do proposto por seus antecessores tanto no nível social quanto no cognitivo.

Abstract: In this dissertation, I will present a study of the period between 1861 and 1880 in Linguistics as executed in the universities of Europe. This work has two central aims: firstly, to submit to criticism past analysis of this period in the fields of Philosophy of Science (LEROUX, 2007), Sociology of Science (AMSTERDAMSKA, 1987), and Linguistic Historiography (KOERNER, 1989g); and secondly, reanalyse it through the lenses of a Philosophy of Science's framework sociologically and historiographically informed. I follow the assumption that the cognitive values adopted by the community of scientists plays a more substancial role than the individually advocated social values (LAKATOS, 1970; LACEY, 2008), even though the last manifest themselves in a certain level.. The linguists of the period considered in this work are the following: Johan Nicolai Madvig (1805-1886), Georg Curtius (1820-1885), August Schleicher (1821-1868), Max Müller (1823-1900), Heymann Steinthal (1823-1899), William Dwight Whitney (1827-1894), August Leskien (18401916), Berthold Delbrück (1842-1922), Hermann Paul (1846-1921), Hermann Osthoff (1847-1909), Karl Brugmann (1849-1919). In this work I will try to demonstrate that the model of science of language propposed by the young grammarians (or neogrammarians) is different from the one proposed by their predecessors both in the social and cognitive levels.