Educação histórica e patrimônio cultural para o ensino de história dos anos iniciais

Abstract

Resumo: Neste trabalho buscamos compreender de que maneira é visto o patrimônio cultural em diferentes documentos oficiais para o ensino de História nos anos iniciais do ensino fundamental, para isso, são apresentadas discussões relevantes à própria concepção de patrimônio (CARVALHO e MENEGUELLO, 2020), entendendo esse campo como um espaço de confrontos (MENESES, 1992). Apoiando-se em discussões realizadas, Pinto (2011) aponta possibilidades ao defender as fontes patrimoniais como essenciais para um trabalho significativo no ensino de História. A partir de aproximações com a Educação Histórica levantada por Rüsen (2001, 2008), construímos pontes entre a metodologia de uma "aula-histórica" (SCHMIDT, 2017) e uma educação para o patrimônio. Com base nas delimitações metodológicas de uma pesquisa qualitativa de análise documental propostas por Lüdke e André (1986), Bardin (1977) e Gil (2002) selecionamos documentos voltados ao ensino de História de âmbito nacional e municipal, a saber: os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997, as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba de 2006, o Currículo de História na Rede Municipal de Ensino de Curitiba de 2016, a Base Nacional Comum Curricular de 2017 e o Currículo de História na Rede Municipal de Ensino de Curitiba de 2020. Nota-se a presença do patrimônio em todos os documentos analisados, entretanto, posto de maneira diferente em cada um deles: como método, conteúdo, fonte histórica e/ou objeto do conhecimento. Entendendo que o ponto de partida para uma aula de História são as carências dos alunos, utilizando-se das interpretações deles acerca dos vestígios do passado ainda presentes, entende-se que todo patrimônio é fonte, e assim, essencial à metodologia do ensino de História, pautada nos pressupostos da Educação Histórica.

Abstract: In this paper, we seek to understand how cultural heritage is seen in different official documents for the teaching of History in the early years of elementary school. For this, discussions relevant to the concept of heritage itself are presented (CARVALHO and MENEGUELLO, 2020), understanding this field as a space of confrontations (MENESES, 1992). Based on discussions already carried out, Pinto (2011) brings some directions in defending the heritage sources as essential for a significant work in the teaching of History. Based on approaches to Historical Education raised by Rüsen (2001, 2008), we build bridges between the methodology of a "historical-class" (SCHMIDT, 2017) and an education for heritage. Based on the methodological boundaries of a qualitative document analysis research proposed by Lüdke and André (1986), Bardin (1977) and Gil (2002), we selected guidance materials for the teaching of History at national and municipal levels. For our discussion we listed the 1997’s National Curriculum Parameters, the 2006’s Curriculum Guidelines for Municipal Education in Curitiba, the 2016’s History Curriculum in the Curitiba Municipal Education Network, the 2017’s Common National Curriculum Base and the History Curriculum in Curitiba Municipal Education Network in 2020. The presence of heritage is noted in all documents analyzed, however, placed in a different way in each of them: as method, content, historical source and/or object of knowledge. Understanding that the starting point for a History class is the needs of the students, using their interpretations of the vestiges of the past that are still present, it is understood that every heritage is a source, and thus, essential in the teaching of History.