Teorias sobre a identidade de gênero e sua problemática na educação : apresentação das questões sob a perspectiva filosófica
Visualizar/ Abrir
Data
2019Autor
Ferreira, Rosana Nascimento Mota, 1981-
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo: O presente texto discute diferentes teorias de gênero, tendo como foco principal a formação da identidade e suas implicações nas propostas de políticas públicas para a educação. A investigação observou que os profissionais da educação básica estariam no meio do fogo cruzado teórico e sendo questionados constantemente por pessoas com diferentes concepções de identidade. Para tanto buscou-se apresentar a questão de forma que se possa ter um panorama do estado atual da questão na perspectiva da discussão filosófica. A investigação descreve diferentes conceitos de formação da identidade na tentativa de demonstrar a diversidade de perspectivas que se apresentam sobre o tema. Constatou-se que existem teorias contraditórias entre as teorias de formação da identidade. No entanto, observou-se que os documentos oficiais que referenciam políticas públicas quanto às questões de gênero na educação brasileira, seguindo as diretrizes e objetivos da ONU, apesar de nos últimos anos incluir e atender demandas de setores da sociedade historicamente desemparados, mantêm uma perspectiva conceitual unilateral e reproduz o velho contexto conceitual potencializador de exclusão e opressão sobre os diferentes. Assim, buscou-se o pensamento político de John Rawls, como possibilidade estratégica para refletir sobre o problema com a identidade de gênero, pois seu trabalho argumenta sobre a razoabilidade dos seres racionais envolvidos na discussão, porque se todos insistirem que sua posição individual seja universalizada, não haveria como ordenar tais desejos. Viu-se que estabelecer a razoabilidade e igualdade de condições como a métrica da discussão parece o mais razoável. Nesse sentido, percebemos que a questão dos conflitos teóricos sobre identidade de gênero não é o primeiro e certamente não será o último entrave conceitual inegociável para diferentes setores da sociedade, pois poucos estão dispostos a entrar no processo democrático que envolve a definição de princípios e concepções a respeito.