Inventando a escola, inventando a nação : discursos e práticas em torno da escolarização paranaense (1920-1928)

Abstract

Resumo: Estuda as Intervenções sobre a Instrução Pública paranaense, no período de 1920-28, tendo como objeto principal as práticas e discursos dos Diretores da Instrução Pública, César Prieto Martinez (1920-24) e Lysimaco Ferreira da Costa (1924-28). Utilizando-se de ampla documentação - Relatórios de Inspetores e subinspetores da Instrução Pública, Revista "O Ensino" (publicação oficial), Programas de Ensino, Livros Didáticos e as teses apresentadas no I Congresso de Ensino Oficial e na I Conferência Nacional de Educação -, investiga as ações e discursos a partir dos conceitos de representação e apropriação, questionando-se: 'como os agentes oficiais da instrução pública apropriavam-se das idéias modernizadoras em voga no período', 'como liam ou que representações construíam da população que queriam escolarizar' e 'que representações construíam em torno da escolarização e dos profissionais a ela ligados'. Neste caminho verifica-se que a ampliação da rede escolar veio acompanhada de ideais de racionalização, produtividade, controle e profissionalização, sendo destaque o investimento na formação docente e a recusa ao bacharelismo, com a conseqüente ênfase no método de ensino. Constatando a existência de um amplo projeto de civilidade, entendida como intervenção sobre os hábitos públicos e privados da população, examina, por fim, as especificidades da Reforma de Ensino empenhada em território paranaense, sendo a principal delas a permanência da dicotomia rural-urbano e por conseguinte, a predominância do desejo de intervenção sobre a escola isolada, apesar do modelo representado pelo Grupo Escolar.