Nem rosa, nem azul : relações de gênero na família, na escola e no sindicato
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Data
1998Autor
Farias, Maria de Lourdes Mazza de
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Resumo: O presente trabalho pretende refletir sobre as relações de gênero na família, no trabalho docente e no sindicato. Apesar da ênfase no universo feminino, tratamos o gênero em sua dimensão relacional, sendo uma categoria relacional, sua construção vincula-se à construção histórica da humanidade, que se faz nas relações sociais entre mulheres e homens, homens e homens, mulheres e mulheres que são iguais e diferentes entre si. Essa forma de pensar o gênero desconstrói a lógica de oposição binária, para trabalhar as relações entre ambos. As reflexões aqui propostas aparecem profundamente ligadas ao pensamento feminista, que questiona o conceito de "homem universal", bem como de "mulher universal" para situa-los como pessoas sexuadas, inseridas num tempo histórico e num espaço cultural determinado. As análises presentes nesse trabalho tornam evidente a necessidade de se ter um novo olhar sobre as relações de gênero levando em consideração outras categorias, pois não somos vistas ou vistos apenas pelo nosso gênero, somos também classificadas (os) de acordo com a nossa classe, a nossa raça, a nossa idade. As relações de classe como as relações de gênero são relações estruturantes da sociedade. Essas relações se superpõem, há uma reciprocidade entre ambas, são transversais, invadem e organizam a totalidade das práticas sociais. No entanto as educadoras e educadores não tem dado a devida importância a essa dimensão e tratam o gênero como um dado a mais, e não como um dos elementos junto com classe, raça e idade, fundamental para entender as situações analisadas. Entender os processos de relações (de poder) desiguais entre os gêneros poderá contribuir para que as professoras e professores se deem conta do quanto há de reprodução na sua prática, em sala de aula, o quanto têm sido instrumento para a perpetuação das desigualdades. No campo sindical a dinâmica interna ao próprio movimento, segundo a fala de grande parte das entrevistadas e entrevistados, ajuda a reproduzir as relações sexistas. Tanto as regras de mercado como da militância sindical mantêm ainda um padrão masculino de inserção. Esse padrão universal, essa suposta universalidade é um mecanismo que ajuda a manter as desigualdades. O imaginário social que discrimina e subordina as mulheres é, afinal, compartilhado por empregados e empregadores. Por outro lado, cresce entre nós o sentimento de que é preciso mudar as relações sindicais, superar a prática do "murro na mesa", aprofundar a democracia e aproximar o sindicato da vida cotidiana, articulando a produção, o mundo doméstico e o exercício da cidadania. Abstract: The present paper pretends to reflect about the gender relations of family in the teacher work and syndicate. In spite of the female universe expressiveness, we manage the gender on its relation dimension being a relation category, its construction is bond to the construction of the humanity history, what makes the social relationship between women and men, men and men, women and women, who are equals and different between themselves. This form of thinking gender unbinds the binary logic of opposition, to work the relation between both. The reflection here made are deeply connected to the feminist thinking, wich discuss the conceit "universal man", as well as the "universal woman", to put them as asexual person, inserted in a historic time and in the determined cultural space. The analysis presents in this paper find necessary the necessity of having a new look over the gender relations taking in consideration their categories, therefore we are not seen only our gender, but also classified concordant with our class, our race, our age. The class relations with the gender relations are structural relations of our society. These relations superpose, there is a reciprocity between both, they are transverse, invade and organize the totality of social practice. However the "teacher" haven't give such importance to this dimension and treat gender as one more data, and not as one of the elements together to class, race and age, with are fundamental, to understand the analyzed situation. To understand the relation process (of power) not equal between gender could contribute to know how much there is on production in its practice, in the classroom, what has been the instrument for the inequality's perpetuation. In the syndical camp the inside dynamic to its proper movement, as most of the interviewer say, helps to reproduce the sex relations. As the market rules as the syndical militancy steel keep a male standard of insertion. This universal pattern, this supposed universality is a mechanism with helps to keep the inequalities. The social imaginary who absolve and submit the woman and after are shared by employers and employers. To the other side, to increase between us the feeling about the necessity to change the syndical relations, surpass the practice of relations "punch on the table", to deepen the democracy and to bring near the syndicate to the everyday life, articulating the production, the domestic world and the exercise of citizenship.
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