| dc.description.abstract | Resumo: A pesquisa pretendeu comprovar a defasagem existente entre as reais aspirações profissionais de alunos das quatro últimas séries do 1º Grau de escola pública da periferia de Curitiba, com as habilitações profissionais propostas em anos anteriores, a nível de 2º Grau, pela legislação educacional. O trabalho mostrou que essa defasagem existe até hoje, não ocorrendo afinidade entre as aspirações profissionais dos adolescentes com o elenco de habilitações de 2º Grau fixadas recentemente pelo Conselho Estadual de Educação. Os resultados da investigação evidenciaram que as escolhas dos estudantes estão presentes, em sua grande maioria, no mercado de ofertas de emprego das cidades de Curitiba e São Paulo e que, obviamente, este mercado pouco tem a ver com as habilitações a serem implantadas ainda este ano nas redes de ensino público do Estado. A pesquisa demonstra o alto interesse de ascensão social dos estudantes, evidenciado na predominância de opções por profissões de nível superior. Demonstra, ainda, outros determinantes sociológicos dessas aspirações: interesse financeiro; modismos culturais; influência da televisão; pressões familiares para que o adolescente passe a contribuir de imediato em seu orçamento; poder dos mitos juvenis e o natural altruísmo reformista da idade. O trabalho conclui, ainda, pelo total desconhecimento dos estudantes sobre o universo de profissões que lhes pode e deve ser acessível e, decorrente desse fato, pela ausência de trabalho efetivo e regular de orientação do adolescente, capaz de realmente lhe permitir fazer a melhor opção profissional para si e seu meio. Nessa linha, a dissertação discute a função dialética da escola, não negando-lhe a capacidade de reprodução dos valores das classes sociais mais favorecidas, mas reafirmando seu papel libertador no sentido de que, em conjunto, professores, diretores, supervisores, orientadores educacionais, pais e alunos, podem desenvolver amplo trabalho comunitário de adaptação da escola ao estudante, Se a escola teve até aqui a tendência de reforçar os valores das classes sociais nas escolas públicas, é pertinente não esquecer que tendência não é destino e que a cada um compete a criação de sua vida e, a todos, o traçado da história. Não se pretende que a educação assuma a responsabilidade exclusiva pela resolução dos problemas do País; agravados também por escolhas profissionais inadequadas e pela evasão escolar e antes da obtenção de qualificação mínima para o trabalho; mas acredita-se que ela, através de uma escola que trabalhe sobre as experiências e vivências do aluno, possa efetivamente responder aos interesses dos trabalhadores. Portanto, compete à educação legitimar o saber do aluno presente nas escolas públicas e fazer bem o que a ele realmente interessa. Não apenas ensinar a ler, escrever e calcular, mas a pensar, discernir, criticar, sentir e agir. Nesse momento, a educação não escapará seu dever de intensificar a consciência humana, agenciar mudanças e preparar para os estudantes de suas escolas a virtual possibilidade de cada um, por si próprio, fazer para si e para a nação, a escolha profissional que melhor o integre como ser individual e social. | pt_BR |
