dc.description.abstract | Resumo : A nogueira-pecã (Carya illinoinensis) é uma árvore frutífera oriunda das regiões temperadas do Hemisfério Norte, do Sul dos Estados Unidos até o México. Seu principal produto econômico é a noz-pecã, muito apreciada para consumo in natura ou processada, em confeitaria e em iogurtes, tanto pelo seu sabor quanto pelas propriedades nutricionais e farmacêuticas, sobretudo pelo seu poder antioxidante. No Brasil, a produção é insuficiente para atender o mercado interno. Adapta-se muito bem às condições edafoclimáticas da região Sul do Brasil e tem se destacado por ser uma opção rentável para o produtor, com garantia de compra pela indústria de qualquer quantidade de noz-pecã em casca produzida. Porém, apesar de todo o cenário favorável, a pecanicultura não ocupa lugar de destaque no agronegócio da região Sul do Brasil e tem evoluído pouco em face do seu potencial. O objetivo do presente trabalho é caracterizar a pecanicultura na região Sul do Brasil, avaliando a situação atual e o potencial futuro, pontuando os aspectos favoráveis ao produtor e discutindo sobre aqueles que precisam ser melhor observados, tanto do ponto de vista técnico-agronômico quanto da comercialização. Para tanto, realizou-se uma ampla e atual revisão bibliográfica, buscando as informações mais relevantes para o pecanicultor no que se refere ao cultivo da nogueira-pecã e na comercialização da noz-pecã, além de trabalhos abordando a viabilidade econômica de projetos de instalação de pomares de nogueiras-pecã na região Sul do Brasil. Concorrem para a pouca expressão da pecanicultura na região fatores como o conhecimento ainda limitado sobre o comportamento das variedades nas condições locais; desinformação dos produtores, que pode levar à decisões técnicas inadequadas, inviabilizando o investimento; ocorrências climáticas fora da normalidade, que podem gerar produções irregulares (sazonalidade), interferindo na produtividade e na qualidade do produto final, com reflexos no preço obtido; incertezas quanto à solidez do mercado e imprevisibilidade de cenários futuros pela carência de dados estatísticos; projetos de instalação com necessidade de imobilização de quantidades significativas de capital, com retorno a médio prazo; concentração das indústrias fomentadoras em locais específicos do Estado do Rio Grande do Sul; pouca atuação de setores organizados do agronegócio (associações de produtores, cooperativas, etc.) e do poder público no sentido de fomentar a cultura; e marketing em geral inadequado, gerando o risco de o produtor não se atentar para as reais necessidades técnicas na instalação do pomar. Conclui-se, portanto, que o potencial para a pecanicultura na região Sul do Brasil existe, mas para que possa ser adequadamente explorado, estes fatores precisam ser entendidos e/ou corrigidos. | pt_BR |