Ensino de pronúncia e inglês como língua internacional : crenças de professores e alunos brasileiros em um centro de idiomas
Resumo
Resumo: A internacionalização da língua inglesa está cada vez em maior evidência no mundo por decorrência dos processos de globalização. Por mais que esses processos sejam, ao mesmo tempo, inclusivos para uns e exclusivos para outros, não se pode negar a força que o inglês adquiriu em âmbito global. No Brasil, o ensino da língua inglesa acontece predominantemente nas escolas de idiomas, cujas franquias têm apresentado crescimento significativo dentro do país. Com base nesse cenário, este estudo investiga as crenças de professores e alunos de um centro de idiomas da cidade de Curitiba/PR acerca de questões de pronúncia, considerando-se a função do inglês como língua internacional. Para tanto, foram adotados três instrumentos de pesquisa: questionários, entrevistas e observações de aula. A análise dos dados foi feita de modo a explorar os temas que emergiram nos três instrumentos adotados neste trabalho e relacionou-se com o conceito de crenças de Barcelos (2006) e discussões trazidas acerca do inglês como língua internacional por estudiosos como Jordão (2006), Canagarajah (2014), Matsuda (2012), McKay (2012) e Diniz de Figueiredo e Sanfelici (2017). Os resultados indicaram um apagamento de questões de pronúncia nas aulas observadas nas práticas do ensino remoto e também, em certa medida, nas falas dos participantes. Além disso, foi possível notar uma ausência do reconhecimento da real diversidade da língua inglesa em sua função internacional e uma generalização de falares isolados em suas nacionalidades, mesmo quando apontadas diferenças entre ingleses ao redor do mundo (KACHRU, 1985). Por outro lado, as discussões detalhadas ao longo desta dissertação apontam para conflitos entre ideias normatizadoras e o foco na comunicação, o que sugere um movimento na direção da comunicação efetiva como prioridade sem amarras necessárias a um modelo exclusivo historicamente propagado. No entanto, essa movimentação coexiste com questões de domínio da língua pelos falantes nativos padrões de Estados Unidos e Inglaterra, o que indica que há ainda um longo caminho a ser percorrido nesse sentido e obstáculos a serem vencidos na busca de um cenário mais coerente com o status da língua inglesa no mundo hoje. Abstract: English has undeniably become an international language. Its international nature can be considered an outcome of globalization processes. Even though these processes are inclusive for some people and exclusive for others, there is no question about the status of English as a language of communication worldwide. In Brazil, ELT is primarily held by private language centers. English school franchises' growth has been significant within the country. Based on the aforementioned scenario, this study investigates the beliefs of both teachers and students from a private language institution in the city of Curitiba/PR. The beliefs I investigate in this research focus on pronunciation aspects given the function of English as an international language. In order to do that, I relied on three research instruments: surveys, interviews and class observations. Data analysis explored the themes that emerged in the instruments. The analysis was done in accordance with the concept of beliefs as defined by Barcelos (2006). I also looked into Jordão (2006), Canagarajah (2014), Matsuda (2012), McKay (2012) and Diniz de Figueiredo & Sanfelici (2017) as paramount texts about EIL. Findings showed pronunciation matters were set aside in participants' speech as well as in class. Furthermore, neither teachers nor students showed knowledge of the diversity of the English language in its internationalization today. Even when differences regarding the language were pointed out by participants, it was done in a general way that separated speakers according to their nationalities. However, the discussions brought by this research signal conflicts between normative ideas and the preference for effective communication. This suggests a change towards prioritizing communication over the exclusivity of the historical model of native speakers. This change, on the other hand, coexists with an idea of dominance of English by standard American and British native speakers. Therefore, there might still be a long way into a more coherent scenario with the status of the language around the world today.
Collections
- Dissertações [358]