Didática da pronúncia do FLE para falantes brasileiros, pesquisa-ação
Resumo
Resumo: O presente trabalho de mestrado, duplo-diploma entre a Universidade Federal do Paraná (situada em Curitiba, Brasil) e a universidade Grenoble Alpes (situada na cidade de Grenoble, na França), enquadra-se na área da Linguística Aplicada para o ensino de Francês Língua Estrangeira (FLE) e teve como objetivo principal levantar algumas reflexões acerca do ensinoaprendizado da pronúncia (a saber, fonética e fonologia) nas aulas de FLE. Esse aspecto linguístico é considerado um tema controverso por muitos professores de Língua Estrangeira (LE), pois, além de ser avaliado como complexo, seu ensino (ou ausência dele) é permeado por crenças. Devido a essa problemática, delimitou-se, para esta pesquisa, a seguinte questão norteadora: "Como a pronúncia é trabalhada nas aulas de FLE". Para responder a essa pergunta, optou-se, como metodologia, realizar uma pesquisa-ação, a qual se desenvolveu em três momentos principais: em uma primeira etapa, foram realizadas observações em uma turma de FLE no Cuef (Centre Universitaire d'Études Françaises), centro de língua e cultura francesa, vinculado à universidade Grenoble Alpes. Em um segundo momento, foram realizadas observações em uma turma de FLE no Celin, Centro de Línguas e Interculturalidade, da Universidade Federal do Paraná. Em uma etapa final, com o intuito de colocar em prática os conhecimentos adquiridos e propor uma abordagem coerente com o que orientam especialistas da área do ensino da pronúncia, foram ministradas aulas em duas turmas de FLE no Celin. Respondendo à pergunta norteadora, os principais resultados obtidos mostram enfoques distintos adotados pelas professoras: 1) Na professora do Cuef, percebemos uma abordagem voltada ao ensino (e não à correção) desse aspecto linguístico; uma abordagem eclética, com exercícios e atividades variados para o ensino da pronúncia, que incluíram: ditado, uso de suporte visual para explicação (como desenhos e mímicas); humor, prática dos alunos com gravação em laboratório; 2) A professora observada no Celin realizou os exercícios de fonética do livro didático (LD), os quais têm a limitação de serem apenas exercícios de percepção auditiva e repetição; explicou a relação som x grafia de determinadas palavras, no entanto, embora estivesse com um grupo de nível A1, percebemos uma abordagem voltada sobretudo para a correção implícita da pronúncia dos alunos, principalmente durante jogos perguntaresposta e leituras em voz alta de textos e enunciados; 3) Nosso enfoque, por sua vez, foi centrado no ensino da pronúncia (e não na correção), ensino explícito, integrado aos outros aspectos linguísticos e culturais do curso, em uma perspectiva acional (aprendizagem por tarefa). Os exercícios e atividades realizados foram: atividades de fonografia; música/slams; escuta, elaboração, leitura/declamação de poemas, exercícios do LD complementados com outras atividades de prática oral, privilegiando atividades significativas e considerando a questão cultural e afetiva dos alunos. Palavras-chave: Pronúncia. FLE. Ensino-aprendizagem. Brasileiros. Abstract: This dual degree by the Federal University of Paraná (located in Curitiba, Brazil) and Grenoble Alpes University (located in Grenoble, France), is based in the field of Applied Linguistics for teaching French as a Foreign Language (FLE) and aims to raise some considerations regarding the teaching and learning of pronunciation (i.e., phonetics and phonology) in FLE classes. This linguistic aspect is considered a controversial topic for many foreign language teachers because, besides being considered as complex, their education (or lack thereof) is permeated by beliefs. Because of this problem, this research addressed the following guiding question: "How is pronunciation approached during FLE classes." To answer this question an action research methodology was adopted, and developed in three main phases: first, a FLE group of students in CUEF (Centre Universitaire d'Etudes Françaises), center of French language and culture linked to Grenoble Alpes University was observed. In the second stage, a FLE group of students in Celin, Languages and Intercultural Center of the Federal University of Paraná was observed. In the final step, in order to put into practice the knowledge acquired and to propose a coherent approach as proposed by expert authors in the area of pronunciation, two groups of FLE in Celin undertook instruction. The main results obtained showed different approaches adopted by teachers: 1) In the classes observed at Cuef, we perceived a focused approach to teaching (and not the correction) of this linguistic aspect; an eclectic approach using exercises and various activities towards teaching pronunciation, which included: dictation, use of visual support for explanation (as drawings and mimes); humor, practice using students' recordings in the laboratory; 2) In the classes observed at Celin, the teacher performed the book's phonetic exercises, which have the limitation of being solely auditory perception exercises; she also explained interaction between sound x spelling of certain phonemes. However, even though the group was at level A1, we observed an approach focused especially on the implicit correction of students' pronunciation, especially during question-answer games and readaloud texts and statements; 3) Our focus, in turn, was centered on the teaching of pronunciation (i.e. not correction), explicit teaching, integrated to the other linguistic and cultural aspects of the course, learning by task; the exercises and activities performed were were phonograph activities; music / slams; listening, writing, reading / poetry recital, exercises from the book along other oral production activities, focusing on significant activities and considering the students' cultural and affective issues. Keywords: Pronunciation. FLE. Teaching and learning. Brazilians.
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