Relendo as heranças identiárias em uma tradução : Omeros, de Derek Walcott,
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Data
2020Autor
Marotta, Patrícia Vasconcelos Cavalcanti de, 1968-
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Resumo: A vasta obra do poeta, artista plástico, ensaísta e dramaturgo de Santa Lúcia Derek Walcott (23/01/1930-17/03/2017) segue bastante desconhecida e pouco traduzida no Brasil. Walcott foi um dos mais influentes poetas caribenhos, com poemas forjados numa linguagem em que o créole estaria presente, não como forma isolacionista, mas como elemento integrador da diversificada herança cultural da região. Walcott incluiu em sua obra poética o adâmico, uma nova forma de nomear o já conhecido, a partir da apropriação do inglês metropolitano, reutilizando-o como base de um discurso caribenho próprio. Omeros, obra que lhe renderia o Nobel de Literatura em 1992, é a única traduzida ao português do Brasil. Mais que um longo poema épico, representa a reinvenção da tradição. Walcott promove a releitura de um exemplar canônico, como base para discutir as feridas abertas pelo sistema colonial, a arte e a história na formação identitária da região, sem negar a memória herdada. Apropriando-se de um épico da tradição clássica, subverte-o no espaço periférico, por meio de sua reinvenção imaginativa. Partindo de elementos conceituais dos estudos pós-coloniais, como mestiçagem e créolisation, tão importantes para a obra de Walcott, este trabalho esboça um projeto de tradução para o português brasileiro de um excerto da obra Omeros. Para tanto, selecionou-se um poema específico, no qual o créole e as diversas formas do inglês convivem de modo exemplar. Apresentaremos uma proposta de tradução para esse poema, trazendo para o centro do processo de interpretação os elementos conformadores da créolization, constitutivos de parte representativa da obra do autor. Palavras-chave: Derek Walcott. Poesia. Pós-colonialismo. Créolisation. Identidades culturais. Mestiçagem. Tradução. Abstract: The vast work of the poet, painter, essayist and playwright from Santa Lucia, Derek Walcott (January 23, 1930-March 17, 2017), remains largely unknown and little translated in Brazil. Walcott was one of the most influential Caribbean poets, with poems forged in a language in which the créole would be present, not as an isolationist form, but as an integrating element of the region's diverse cultural heritage. Walcott included in his poetic work the Adamic, a new way of naming the already known, based on the appropriation of the metropolitan English, reusing it as the basis of a specific Caribbean discourse. Omeros, work that granted him the Nobel Prize for Literature in 1992, is the only one translated into Brazilian Portuguese. More than a long epic poem, it represents the reinvention of the tradition. Walcott promotes the reinterpretation of a canonical piece, as the basis for discussing the wounds opened by the colonial system, art and history in the identity formation of the region, without denying the inherited memory. Taking an epic of the classical tradition, Walcott subverts it into the peripheral space, through its imaginative reinvention. This work starts from conceptual elements of post-colonial studies, such as miscegenation and créolisation, so important for Walcott's work, and outlines a project for the translation into Brazilian Portuguese of an excerpt from the work Omeros For this, a specific poem was selected in which the créole and various forms of English coexist in an exemplary way. We will present a translation proposal for this poem, bringing to the center of the interpretation process the forming elements of créolization, constituting a representative part of the author's work. Key-words: Derek Walcott. Poetry, Post-colonialism. Créolisation. Cultural identities. Mestizaje. Translation
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