Bioecologia dos ácaros fitófagos da videira e suas implicaçõesno manejo agrícola

Abstract

Resumo: A vitivinicultura é uma atividade agrícola de grande relevância econômica, social e ambiental, especialmente em regiões que dependem da produção de uvas para consumo in natura, fabricação de vinho e agroindústrias. Contudo, os sistemas produtivos enfrentam grandes dificuldades em virtude de fatores bióticos, sendo um dos principais, os ácaros fitófagos. Esses organismos diminuem significativamente a capacidade fotossintética das plantas, provocam estresse fisiológico e afetam diretamente a produtividade e qualidade das uvas. A pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a bioecologia e o manejo de ácaros associados à cultura da videira, visando compreender os desafios fitossanitários e estratégias de controle aplicadas na produção da uva. O estudo incluiu publicações científicas de 2020 a 2025, seguindo os critérios do modelo PCC (População, Conceito e Contexto), que abrange pesquisas de laboratório, estudos de campo e revisões sistemáticas. Foram abordados tópicos como ciclo de vida, reprodução, variações sazonais, preferência alimentar, interações tritróficas e resistência a acaricidas. Ademais, discutiram-se também as principais estratégias de manejo, fundamentadas nos princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP): controle químico, controle biológico, além de práticas culturais que promovem o equilíbrio ecológico. A pesquisa possibilitou a análise das interações entre espécies fitófagas e predadoras no contexto do vinhedo, enfatizando a importância da estrutura e, também, da diversidade funcional para a resiliência do agroecossistema. O êxito no controle dos artrópodes depende da adoção de práticas integradas fundamentadas no conhecimento bioecológico, monitoramento contínuo, uso consciente de acaricidas e incentivo aos inimigos naturais, especialmente os ácaros predadores da família Phytoseiidae. Para assegurar a saúde do cultivo da videira e garantir a viabilidade econômica e ambiental da viticultura, é fundamental adotar práticas sustentáveis e adaptativas, baseadas no conhecimento bioecológico das espécies envolvidas

Abstract: Viticulture is an agricultural activity of great economic, social, and environmental importance, especially in regions that depend on the production of table grapes, wine production, and agribusiness. However, production systems face great difficulties due to biotic factors, one of the main ones being phytophagous mites. These organisms reduce the photosynthetic capacity of plants, causing physiological stress and directly affecting the productivity and quality of grapes. This study aimed to conduct a literature review on the bioecology and management of mites associated with grapevine cultivation, seeking to understand the phytosanitary challenges and control strategies applied in grape production. The review included scientific publications from 2020 to 2025, following the PCC model (Population, Concept, and Context), which encompasses laboratory research, field studies, and systematic reviews. The topics addressed included life cycle, reproduction, seasonal variations, feeding mechanisms, tritrophic interactions, and acaricide resistance. Additionally, the main management strategies were discussed within the framework of Integrated Pest Management (IPM), including chemical control, biological control, and cultural practices that promote ecological balance. The study enabled the analysis of interactions between phytophagous and predatory species within the vineyard context, emphasizing the importance of structural and functional diversity for agroecosystem resilience. Successful arthropod control depends on adopting integrated practices based on bioecological knowledge, continuous monitoring, judicious use of acaricides, and the conservation of natural enemies, especially predatory mites of the Phytoseiidae family. To ensure the health of grapevine cultivation and guarantee the economic and environmental viability of viticulture, it is essential to adopt sustainable and adaptive practices based on bioecological knowledge of the species involved