Usinas hidrelétricas reversíveis no brasil, um caminho sem volta
Resumo
Resumo: O Brasil tem enfrentado grandes desafios com o crescimento das fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, que já representam 38,4% da capacidade instalada. A intermitência dessas fontes causa instabilidade na rede e leva ao curtailment, ou seja, cortes na geração por excesso de oferta ou limitações na transmissão, gerando prejuízos bilionários às geradoras. As usinas hidrelétricas reversíveis (UHRs) surgem como solução estratégica, pois funcionam como baterias hidráulicas, armazenando energia em períodos de baixa demanda e liberando-a nos picos de consumo. Ao contrário das hidrelétricas convencionais (UHE), as usinas reversíveis causam menos impactos ambientais, pois necessitam de reservatórios bem reduzidos e operam com turbinas que também funcionam como bombas. Países como Espanha, Japão e Alemanha já utilizam amplamente essa tecnologia para estabilizar suas redes elétricas. Entretanto, no Brasil a adoção ainda é limitada, devido a falta de regulamentação específica e entraves ambientais. Estudos apontam que as UHRs podem mitigar os cortes de geração e melhorar a eficiência do sistema elétrico. Neste sentido, a ANEEL e o setor elétrico vêm discutindo modelos regulatórios e formas de remuneração para viabilizar esses projetos, a expectativa é que, com avanços regulatórios e tecnológicos, as UHRs ganhem espaço como solução sustentável e estratégica para o futuro energético do país Abstract: Brazil has been facing significant challenges due to the growth of intermittent renewable energy sources, such as solar and wind, which now account for 38.4% of the installed capacity. The intermittency of these sources causes grid instability and leads to curtailment, reductions in generation due to oversupply or transmission constraints, resulting in billion-dollar losses for power producers. Pumped Storage Hydropower Plants (PSPs) emerge as a strategic solution, functioning as hydraulic batteries: they store energy during periods of low demand and release it during peak consumption. Unlike conventional hydropower plants (HPPs), PSPs have lower environmental impacts, requiring smaller reservoirs and operating with reversible pump-turbines. Countries such as Spain, Japan, and Germany already widely use this technology to stabilize their power grids. However, in Brazil, adoption remains limited due to the lack of specific regulations and environmental permitting obstacles. Studies indicate that PSPs can mitigate generation curtailment and enhance system efficiency. In this sense, ANEEL and the electric sector are discussing regulatory frameworks and remuneration models to enable such projects. With regulatory and technological advancements, PSPs are expected to become a sustainable and strategic solution for the country’s energy future