Mofo branco na cultura da soja : uma revisão das estratégias de manejo da doença

Abstract

Resumo: O mofo branco, doença também conhecida como podridão branca da haste ou podridão de Sclerotinia, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, representa uma das principais doenças fúngicas da cultura da soja. A doença apresenta ampla distribuição mundial, causando graves perdas de produtividade e comprometimento da qualidade dos grãos. Este trabalho teve como objetivo abordar os aspectos etiológicos, epidemiológicos, sintomatológicos da doença e revisar e apresentar as estratégias atualizadas de manejo integrado do mofo branco na sojicultura, considerando as tecnologias emergentes e abordagens sustentáveis disponíveis. Embora existam cultivares de soja com resistência parcial ao mofo branco, cultivares completamente imunes à doença, não estão disponíveis aos agricultores. Dessa forma, torna-se essencial a adoção de estratégias integradas de manejo. Entre as práticas culturais, pode-se destacar a rotação com culturas não hospedeiras, a eliminação de plantas daninhas, a incorporação adequada de restos culturais, o aumento do espaçamento entre fileiras para melhor aeração, e o uso de plantas de cobertura como o centeio. O controle químico estratégico deve ser realizado com alternância criteriosa de grupos fungicidas durante os períodos críticos de suscetibilidade da cultura. O controle biológico, utilizando microrganismos antagonistas como Trichoderma spp., Bacillus spp. e Xenorhabdus szentirmaii, demonstra potencial promissor para reduzir a dependência de fungicidas sintéticos. Tecnologias emergentes incluem o uso de fosfitos, peptídeos antifúngicos, aplicações de nanotecnologia e aplicação foliar de níquel, que abrem novas perspectivas para estratégias de controle mais sustentáveis e eficientes. O manejo integrado, quando adequadamente implementado e adaptado às características específicas de cada sistema de produção, considerando as condições edafoclimáticas regionais, apresenta-se como alternativa promissora e sustentável para o controle efetivo do mofo branco na cultura da soja

Abstract: White mold, also known as stem rot or Sclerotinia rot, caused by the fungus Sclerotinia sclerotiorum, is one of the main fungal diseases of soybeans. The disease is widely distributed worldwide, causing severe yield losses and impaired grain quality. This study aimed to address the etiology, epidemiology, and symptomatology of the disease and to review and present updated strategies for integrated management of white mold in soybean production, considering emerging technologies and available sustainable approaches. Although there are soybean cultivars with partial resistance to white mold, cultivars completely immune to the disease are not available to farmers. Therefore, the adoption of integrated management strategies is essential. Cultural practices include rotation with non-host crops, weed elimination, adequate incorporation of crop residues, increased row spacing for better aeration, and the use of cover crops such as rye. Strategic chemical control should be carried out with careful alternation of fungicide groups during critical periods of crop susceptibility. Biological control, using antagonistic microorganisms such as Trichoderma spp., Bacillus spp., and Xenorhabdus szentirmaii, shows promising potential for reducing dependence on synthetic fungicides. Emerging technologies include the use of phosphites, antifungal peptides, nanotechnology applications, and foliar nickel application, which open new perspectives for more sustainable and efficient control strategies. Integrated management, when properly implemented and adapted to the specific characteristics of each production system, considering regional soil and climate conditions, presents a promising and sustainable alternative for the effective control of white mold in soybean crops