Impactos da pandemia de COVID-19 sobre a dinâmica do mercado imobiliário residencial em São Paulo

Abstract

Resumo: Este artigo analisa os impactos da pandemia de COVID-19 sobre a dinâmica do mercado imobiliário residencial na cidade de São Paulo, no período de 2017 a 2024. A pesquisa adota uma abordagem exploratória com base em dados públicos, integrando registros de transações imobiliárias (ITBI), informações sobre lançamentos residenciais e indicadores macroeconômicos, como a taxa SELIC, o IPCA e as taxas de financiamento. O objetivo é compreender as alterações na demanda por imóveis em diferentes zonas da cidade, diante do contexto pandêmico. Os resultados indicam que o IPCA exerceu influência preditiva significativa sobre o volume de transações, enquanto a taxa SELIC e a taxa de financiamento não apresentaram relação causal de curto prazo. Observou-se um aumento expressivo na área construída média dos imóveis vendidos durante a pandemia, refletindo uma mudança nas preferências dos consumidores. A valorização imobiliária foi desigual entre as regiões, com maior concentração de lançamentos e elevação dos preços em zonas mais desenvolvidas. Esses achados evidenciam o papel das variáveis econômicas e das desigualdades espaciais na configuração do mercado habitacional em um cenário de crise sanitária e incerteza econômica

Abstract: This study investigates the effects of the COVID-19 pandemic on the residential real estate market in São Paulo from 2017 to 2024, using public data sources and exploratory data analysis. The research combines real estate transaction records, housing launches, and macroeconomic indicators to assess short-term demand shifts and regional disparities during the pandemic. Results show that inflation (IPCA) had a significant predictive effect on transaction volumes, while SELIC and financing rates did not show short-term causal influence. The average size of sold properties increased significantly during the pandemic, reflecting a shift in consumer preferences toward larger homes. Price dynamics were uneven across city zones, with more developed areas experiencing stronger appreciation and more concentrated launches. The correlation between supply and demand performance (VSO) weakened during the pandemic, suggesting strategic repositioning by developers. Findings highlight how economic signals and spatial inequalities shaped housing behavior during a period of unprecedented disruption