Entre escolhas e estruturas : como determinantes sociais influenciam a taxa de aborto mundial

Abstract

Resumo: Este estudo investiga a influência de determinantes sociais, econômicos e culturais sobre a taxa de aborto induzido em diferentes países, no período de 1990 a 2018. Utilizando dados secundários de fontes internacionais reconhecidas, foram analisados indicadores como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), coeficiente de Gini, taxa de pobreza extrema, religiosidade e investimentos públicos em saúde e educação. A análise estatística foi conduzida por meio de um Modelo Linear Generalizado Misto (GLMM), adequado para dados longitudinais. Os resultados indicaram associação negativa da taxa de aborto com a expectativa de anos de escolarização e a expectativa de vida ao nascer, além de associação positiva com o investimento público em educação. As análises descritivas e espaciais revelaram padrões regionais distintos, destacando altas taxas médias em países da Europa Oriental e América Latina, e maior concentração absoluta de abortos na China e na Índia. Os achados reforçam a importância de políticas públicas voltadas à ampliação do acesso à educação e à saúde, bem como da consideração de aspectos culturais e institucionais no enfrentamento das desigualdades reprodutivas

Abstract: This study investigates the influence of social, economic, and cultural determinants on induced abortion rates across countries from 1990 to 2018. Using secondary data from recognized international sources, we analyzed indicators such as the Human Development Index (HDI), Gini coefficient, extreme poverty rate, religiosity, and public investments in health and education. Statistical analysis was performed through a Generalized Linear Mixed Model (GLMM), suitable for longitudinal data. Results showed a negative association between abortion rates and both expected years of schooling and life expectancy at birth, as well as a positive association with public investment in education. Descriptive and spatial analyses revealed distinct regional patterns, with higher average rates in Eastern Europe and Latin America, and a greater absolute concentration of abortions in China and India. Findings highlight the importance of public policies aimed at expanding access to education and healthcare, as well as considering cultural and institutional aspects in addressing reproductive inequalities