Padrão estrutural das emissões de CO2 nos setores econômicos do Brasil : uma abordagem com análise Insumo-Produto

Abstract

Resumo: As mudanças climáticas e a necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa têm impulsionado a busca por instrumentos capazes de mensurar a contribuição setorial para o aquecimento global. Este estudo analisa o padrão estrutural das emissões de CO2 no Brasil por meio da abordagem insumo-produto ambientalmente estendida, utilizando dados da Matriz Insumo-Produto nacional e da seção de emissões de Energia do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) para o ano de 2019. Foram estimados coeficientes de emissão e calculados multiplicadores ambientais de produção, permitindo mensurar o total de emissões diretas e indiretas associadas a cada setor econômico. Os resultados indicam que o Transporte Terrestre é o principal emissor total e indireto, seguido pelos setores de Produção de Minerais não Metálicos, Produção de Biocombustíveis, Transporte Aéreo, Transporte Aquaviário, Armazenagem e Correios, bem como pelas atividades de extração de petróleo e carvão. A análise evidencia a relevância dos impactos indiretos e reforça a utilidade da metodologia insumo-produto como ferramenta para subsidiar políticas públicas voltadas à descarbonização setorial e a transição energética na estrutura produtiva nacional

Abstract: Climate change and the need to reduce greenhouse gas emissions have driven the search for instruments capable of measuring the sectoral contribution to global warming. This study analyzes the structural pattern of CO2 emissions in Brazil through the environmentally extended input–output approach, using data from the national Input–Output Matrix and the Energy emissions section of the Greenhouse Gas Emissions and Removals Estimation System (SEEG) for the year 2019. Emission coefficients were estimated, and environmental production multipliers were calculated, allowing for the measurement of the total direct and indirect emissions associated with each economic sector. The results indicate that Land Transport is the main total and indirect emitter, followed by the sectors of Non-Metallic Mineral Production, Biofuel Production, Air Transport, Water Transport, Storage and Postal Services, as well as petroleum and coal extraction activities. The analysis highlights the relevance of indirect impacts and reinforces the usefulness of the input–output methodology as a tool to support public policies aimed at sectoral decarbonization and the energy transition in the national productive structure