Fatores socioeconômicos determinantes para as disparidades na prevalência de depressão no Brasil em relação à renda e ao sexo

Abstract

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de realizar uma análise exploratória a respeito de como os fatores socioeconômicos se correlacionam com as tendências no desenvolvimento de depressão em brasileiros maiores de 18 anos. Para isso, foi utilizado um Modelo Probit, que permite estimar a probabilidade de um indivíduo apresentar ou não sintomas clinicamente relevantes de depressão, observando de que maneira cada variável está relacionada à ocorrência do transtorno. Além disso, foram aplicadas duas abordagens de decomposição do modelo: o Índice de Concentração de Renda, conforme proposto por Wagstaff, e a decomposição de Oaxaca-Blinder. A primeira foi empregada para identificar quais variáveis estão mais associadas às desigualdades na prevalência de sintomas depressivos ao longo da distribuição de renda domiciliar per capita — destacando-se a ocupação como a variável mais fortemente relacionada a essas disparidades. Já a decomposição de Oaxaca-Blinder permite examinar diferenças entre dois grupos definidos por uma variável binária; neste estudo, foi utilizada para analisar em que medida os fatores socioeconômicos contribuem para a diferença observada na prevalência de sintomas depressivos entre mulheres e homens. Os resultados sugerem que aproximadamente um terço dessa disparidade pode ser atribuído às variáveis observadas no modelo

Abstract: This study aims to conduct an exploratory analysis of how socioeconomic factors are correlated with trends in the development of depression among Brazilians aged 18 and older. To this end, a Probit Model was employed to estimate the probability that an individual exhibits clinically relevant symptoms of depression, assessing how each variable is associated with the occurrence of the disorder. In addition, two decomposition approaches based on the model were applied: the Concentration Index, as proposed by Wagstaff, and the Oaxaca-Blinder decomposition. The former was used to identify which variables are most strongly associated with inequalities in the prevalence of depressive symptoms across the distribution of per capita household income — with occupation emerging as the factor most closely linked to these disparities. The Oaxaca-Blinder decomposition, in turn, allows for the examination of differences between two groups defined by a binary variable; in this study, it was used to analyze the extent to which socioeconomic factors contribute to the observed difference in the prevalence of depressive symptoms between women and men. The results suggest that approximately one-third of this disparity can be attributed to the variables included in the model