Rádio-escola : letras no ar! Ler, escrever e comunicar!

Abstract

Resumo: Este estudo investiga o potencial educativo da rádio-escola no processo de alfabetização, oralidade e multiletramento nos anos iniciais da Educação Básica. A pesquisa busca compreender os sentidos atribuídos pela comunidade escolar à experiência com a rádio-escola como recurso pedagógico, especialmente após os impactos da pandemia de COVID-19 que ampliou a defasagens na aprendizagem dos estudantes. Os referenciais teóricos que sustentam o estudo incluem Freire (1996), Soares (2004), Moran (2000) Baltar (2012) e Rojo (2012), que discutem a interface entre educação, comunicação, letramento e mídia. Os dados revelaram que a rádio-escola é percebida como uma prática inovadora e significativa para o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita, escuta ativa, expressão oral, criticidade e protagonismo estudantil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de base participativa, ancorada na pesquisa-ação (Thiollent, 2011) e na Análise Textual Discursiva (ATD), conforme proposta por Moraes e Galiazzi (2016). Os relatos dos participantes indicam que a produção de conteúdos radiofônicos escolares amplia as práticas discursivas e promove a construção de sentidos em contextos reais de comunicação, favorecendo o letramento em múltiplas dimensões. Além disso, a rádio-escola fortalece a cultura de pertencimento, ao integrar escola, estudantes, famílias e comunidade local, criando um ambiente colaborativo e dialógico. Entretanto, a pesquisa também evidenciou desafios, como a baixa participação docente, relacionada à falta de formação específica, sobrecarga de trabalho e carência de apoio institucional. Para consolidar a rádio-escola como prática pedagógica, os dados indicam a necessidade de investimento em formação continuada, suporte técnico e incentivo à participação comunitária. Conclui-se que a rádio-escola, ao articular linguagem, tecnologia e cidadania, pode se constituir como um espaço potente de mediação pedagógica e de educação crítica, complexa e humanizadora, em consonância com as diretrizes da BNCC e com uma perspectiva de formação integral

Abstract: This study investigates the educational potential of radio schools in the process of literacy, orality, and multiliteracy in the early years of Basic Education. Based on Discursive Textual Analysis (DTA), the research seeks to understand the meanings attributed by the school community to the experience with radio schools as a pedagogical resource, especially after the impacts of the COVID-19 pandemic that widened the gaps in student learning. The theoretical frameworks that support the study include Freire (1996), Soares (2004), Moran (2000), Baltar (2012), and Rojo (2012), who discuss the interface between education, communication, literacy, and media. The data revealed that radio schools are perceived as an innovative and significant practice for the development of reading, writing, active listening, oral expression, critical thinking, and student protagonism skills. The participants’ reports indicate that the production of school radio content expands discursive practices and promotes the construction of meanings in real communication contexts, favoring literacy in multiple dimensions. In addition, radio schools strengthen the culture of belonging by integrating schools, students, families and the local community, creating a collaborative and dialogic environment. However, the research also highlighted challenges, such as low teacher participation, related to the lack of specific training, work overload and lack of institutional support. In order to consolidate radio schools as a pedagogical practice, the data indicate the need for investment in ongoing training, technical support and encouragement of community participation. It is concluded that radio schools, by articulating language, technology and citizenship, can constitute a powerful space for pedagogical mediation and critical, complex and humanizing education, in line with the BNCC guidelines and with a perspective of comprehensive education