O papel da empatia na promoção da responsabilidade social corporativa em instituições financeiras : uma análise qualitativa
Resumo
Resumo: O termo Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e empatia aplicados ao setor financeiro é relativamente novo. Com as crescentes pressões para que as organizações adotem práticas sustentáveis e pró-sociais, torna-se oportuno investigar essa relação. Este estudo discute a evolução do conceito de empatia e sua relevância no ambiente corporativo, especialmente na tomada de decisões estratégicas que buscam equilíbrio entre resultados financeiros e impactos socioambientais. Explora se como gestores empáticos podem moldar culturas organizacionais mais alinhadas à RSC, destacando a empatia como um preditor de comportamentos pró-sociais e pró ambientais, examinando de que forma essa competência pode contribuir para decisões mais sustentáveis e equilibradas entre os interesses da empresa e de seus stakeholders. Diante disso, o objetivo geral deste trabalho é analisar as percepções e as experiências dos gestores em relação à importância da empatia na tomada de decisões relacionadas à responsabilidade social corporativa das instituições financeiras. O referencial teórico apresenta os conceitos sobre empatia, empatia nas organizações, empatia e tomada de decisão, responsabilidade social corporativa e seus desdobramentos. Em relação aos procedimentos metodológicos, esta é uma pesquisa interpretativista, qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram gestores do setor financeiro, possuem idades que variam entre 35 e 55 anos, abrangendo uma faixa etária diversa que traz diferentes perspectivas e experiências, ocupam posições de liderança ou coordenação de equipes, com influência direta nos processos de decisão relacionados às práticas de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) dentro das instituições financeiras em que atuam. A investigação e coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas orientadas por roteiro e pesquisa de documentos públicos das IFs. Os dados obtidos foram transcritos com o auxílio do Microsoft Teams e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Parte da codificação foi realizada manualmente, enquanto outra foi processada com o suporte do software Atlas.TI, permitindo uma categorização mais estruturada das informações. Os resultados apontam que a empatia exerce uma influência significativa na formulação e implementação da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) no setor financeiro. Gestores relataram que a empatia auxilia no equilíbrio entre demandas estratégicas e impactos socioambientais, resultando em decisões mais responsáveis e no fortalecimento da reputação corporativa. Além disso, observou-se que as empresas têm integrado a empatia em suas operações por meio de treinamentos, políticas inclusivas e projetos sociais, tornando as iniciativas de RSC mais eficazes e alinhadas às expectativas dos stakeholders. No entanto, desafios como a pressão por resultados rápidos, barreiras culturais e a necessidade de garantir que a empatia seja percebida como genuína ainda dificultam sua plena incorporação nas estratégias empresariais. Apesar disso, a empatia é vista como um diferencial competitivo e uma oportunidade para gerar valor sustentável. Por fim, os resultados indicam que a empatia fortalece o engajamento dos funcionários, melhora a percepção da empresa e amplia o impacto de ações sociais e ambientais, consolidando a RSC como parte essencial da cultura organizacional. Ao final, são apresentadas as contribuições teóricas e práticas da pesquisa, bem como as sugestões para pesquisas futuras Abstract: The term Corporate Social Responsibility (CSR) and empathy applied to the financial sector is relatively new. With the increasing pressures for organizations to adopt sustainable and pro social practices, it becomes timely to investigate this relationship. This study discusses the evolution of the concept of empathy and its relevance in the corporate environment, especially in strategic decision-making that seeks to balance financial results and socio-environmental impacts. It explores how empathetic managers can shape organizational cultures more aligned with CSR, highlighting empathy as a predictor of pro-social and pro-environmental behaviors, examining how this competence can contribute to more sustainable decisions that balance the interests of the company and its stakeholders. Therefore, the general objective of this work is to analyze the perceptions and experiences of managers regarding the importance of empathy in decision-making related to the corporate social responsibility of financial institutions. The theoretical framework presents the concepts of empathy, empathy in organizations, empathy and decision-making, corporate social responsibility, and its developments. Regarding the methodological procedures, this is an interpretivist, qualitative research. The research subjects were managers from the financial sector, aged between 35 and 55 years, covering a diverse age range that brings different perspectives and experiences, occupying leadership or team coordination positions, with direct influence on decision-making processes related to CSR practices within the financial institutions they work for. The investigation and data collection took place through semi-structured interviews guided by a script and research of public documents from the IES. The data obtained were transcribed with the help of Microsoft Teams and analyzed using content analysis techniques. Part of the coding was done manually, while another part was processed with the support of Atlas.TI software, allowing for a more structured categorization of information. The results indicate that empathy has a significant influence on the formulation and implementation of CSR in the financial sector. Managers reported that empathy helps balance strategic demands and socio-environmental impacts, resulting in more responsible decisions and strengthening corporate reputation. Additionally, it was observed that companies have integrated empathy into their operations through training, inclusive policies, and social projects, making CSR initiatives more effective and aligned with stakeholder expectations. However, challenges such as pressure for quick results, cultural barriers, and the need to ensure that empathy is perceived as genuine still hinder its full incorporation into business strategies. Despite this, empathy is seen as a competitive differentiator and an opportunity to generate sustainable value. Finally, the results indicate that empathy strengthens employee engagement, improves the company's perception, and expands the impact of social and environmental actions, consolidating CSR as an essential part of organizational culture. At the end, the theoretical and practical contributions of the research are presented, as well as suggestions for future research
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