Oportunidades e desafios à aplicação da criminologia dos condenados ao sistema carcerário brasileiro

Abstract

Resumo: O artigo aborda a Criminologia dos Condenados como vertente hodierna da criminologia crítica, explorando as potencialidades de sua aplicação ao contexto carcerário brasileiro. Partese da incompatibilidade entre teorias penais e a realidade do sistema prisional, analisando essa abordagem como forma de legitimar as vivências dos encarcerados por meio de teorias e práticas paradigmáticas, que integram as perspectivas dos sujeitos diretamente afetados pelo sistema penal. Objetiva-se identificar desafios e oportunidades para sua implementação no Brasil, considerando aspectos estruturais, culturais e sociais do panorama brasileiro. O estudo destaca a relevância de incorporar as vozes marginalizadas na produção criminológica e a necessidade de se superar desafios, como a precariedade do sistema prisional, o papel manipulativo da mídia e as barreiras da construção dos saberes criminológicos tradicionais. Conclui-se que, conquanto promissora, sua aplicação confronta-se com barreiras significativas, mas possibilita uma compreensão mais ampla e inclusiva do sistema carcerário, além de abrir caminhos para a transformação social e novas investigações acadêmicas, reivindicando-se a necessidade de mais estudos

Abstract: The article addresses Convict Criminology as a contemporary strand of critical criminology, exploring the potential of its application to the Brazilian prison system. It highlights the incompatibility between penal theories and the reality of the prison system, analyzing this approach as a means of legitimizing the experiences of inmates through paradigmatic theories and practices that integrate the perspectives of those directly affected by the penal system. The objective is to identify challenges and opportunities for its implementation in Brazil, considering structural, cultural, and social aspects of the Brazilian context. The study emphasizes the relevance of incorporating marginalized voices into criminological production and the need to overcome challenges such as the precariousness of the prison system, the manipulative role of the media, and barriers in the construction of traditional criminological knowledge. It concludes that, although promising, its application faces significant obstacles but enables a broader and more inclusive understanding of the prison system, opening pathways for social transformation and further academic research, while stressing the need for more studies