DIAGNÓSTICO DA MORTALIDADE DE PEDESTRES NO BRASIL
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Data
2018-03-24Autor
Gabriel Pereira Caldeira
Beatriz Pontes S. Branco
Jorge Tiago Bastos
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Mostrar registro completoResumo
Historicamente no Brasil o tratamento do pedestre no trânsito das cidades foi negligenciado pelo planejamento urbano e de transportes. Apesar de atualmente representarem o modo responsável pela maior quantidade de viagens diárias nas cidades brasileiras, este ainda não é priorizado na elaboração das políticas públicas e construção de uma infraestrutura conveniente às suas necessidades. Como consequência, os pedestres foram as principais vítimas fatais de acidentes de trânsito no país entre 2000 e 2015 (chegando a 148 mil mortes). Tendo em vista este cenário alarmante, o objetivo deste artigo é fornecer um diagnóstico acerca da mortalidade de pedestres no Brasil, a partir de uma série histórica de indicadores no período 2000-2015 coletados de fontes oficiais. Como resultado, identificou-se uma redução contínua da participação dos pedestres nas mortes no trânsito no país – passou-se de 30% em 2000 para 18% em 2015. Um dos fatores capazes de ter contribuído para tal variação é o crescimento na aquisição e utilização de motocicletas. Apesar disso, a situação ainda é crítica, com taxas de mortalidade de 3,41 pedestres por 100 mil habitantes – valor 2,7 vezes maior que a taxa da União Europeia. Nesse sentido, destaca-se a elevada redução na participação dos pedestres no total das vítimas fatais do trânsito. Por fim, entende-se a necessidade de enxergar o modo a pé sob um olhar técnico na gestão municipal do trânsito. Dessa forma, a avaliação da qualidade do transporte a pé utilizando indicadores padronizados é fundamental para o monitoramento e a gestão das informações acerca desse modo de transporte.