FRAGMENTOS ELOQUENTES: SIGNIFICADOS DA INSIGNIFICÂNCIA
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Data
2014-11-14Autor
Martha Helena Loeblein Becker Morales
Metadata
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Qual o valor de um fragmento sem
contexto? Partindo deste questionamento, proponho
a reflexão acerca das louças do acervo
arqueológico do Museu Paranaense, argumento
inserido na observação das relações entre
arqueologia e história construída dentro desta
instituição em âmbitos diversos – publicações,
estudo do acervo e exposição. Como recorte,
este trabalho visa considerar a potencialidade
do estudo do material categorizado como louça
arqueológica diante da separação a que é
submetida em relação a peças das coleções
associadas ao setor de História. Estabelecidas
as fronteiras, a restrição na produção de
conhecimento inflige a dúvida: o silêncio dos
fragmentos é um dado factual ou sintoma de
conservadorismo? Afinal, muito se disse sobre
a incapacidade de falar das fontes – fala, sim, o
pesquisador. O silêncio da problematização da
louça arqueológica do MP tem sua procedência
na mudez que lhe foi imposta pelo tratamento
marginal. Enfim, o objetivo aqui é colocar em
debate as atitudes cerceadoras que impomos
aos nossos objetos de estudo, muitas vezes
causadas pela resistência em olhar além de
metodologias naturalizadas de tratamento das
evidências. Não pretendo oferecer a fórmula
ideal para interpelar registros do passado, mas
plantar a inquietação necessária para enriquecer
o universo de possibilidades interpretativas
de resquícios insignificantes que transbordam
de significado.