Agro(ecologia) da diversidade : uma leitura feminista, camponesa e popular das relações de gênero na Escola Latino-Americana de Agroecologia - Lapa/PR

Abstract

Resumo: A presente pesquisa teve como foco compreender de que modo as questões de gênero são articuladas nas experiências formativas da Escola Latino-Americana de Agroecologia (ELAA) e sua relação com a construção do feminismo camponês e popular. A metodologia das histórias de vida, foi o caminho metodológico usado, acionado por meio da escuta, do registro e da análise das narrativas orais de um grupo de estudantes da quinta turma de formação do curso de Tecnólogo em Agroecologia da ELAA. As pautas emergentes evidenciadas tanto nas narrativas do grupo de interlocutores/as como um todo, como as pautas evidenciadas pelas mulheres negras, apontaram para a necessidade do aprofundamento das demandas reais dos/as estudantes, nas questões que envolvem a subjetividade no espectro da diversidade de gênero e racial, e do reconhecimento das agências de pessoas negras e da comunidade LGBTI+ que compõem a turma da ELAA, a partir da noção de que a práxis do feminismo camponês e popular possui marcas necessárias de cunho interssecional em constante transformação e construção. São nas práticas cotidianas que os encontros epistêmicos podem, de fato, transformar as relações entre sujeitos e sujeitas diversas, considerando olhares e fazeres interseccionais, que ampliem cada vez mais o repertório de vida e de história de cada ser humano rumo à construção real de consciências epistemológicas.

Abstract: This research focused on understanding how gender issues are articulated in the educational experiences of the Latin American School of Agroecology (ELAA) and their relation to the construction of peasant and popular feminism. The methodology of life stories was the chosen methodological path, applied through listening, recording, and analyzing the oral narratives of a group of students from the fifth class of the Agroecology Technologist course at ELAA. The emerging themes highlighted in the narratives of the group of interlocutors as a whole, and particularly in those of Black women, pointed to the need for a deeper examination of the students' real demands, especially regarding issues involving subjectivity in the spectrum of gender and racial diversity. This includes recognizing the agency of Black people and the LGBTI+ community within the ELAA cohort, based on the notion that the praxis of peasant and popular feminism is understood to have necessary and constantly evolving intersectional marks. It is in everyday actions that epistemic encounters can truly transform relationships between diverse individuals, considering intersectional perspectives and practices, which increasingly expand the life and history repertoire of each human being, toward the real construction of epistemological awareness.

Resumen: Esta investigación se centró en comprender cómo se articulan las cuestiones de género en las experiencias formativas de la Escuela Latinoamericana de Agroecología (ELAA) y su relación con la construcción del feminismo campesino y popular. La metodología de historias de vida fue el camino metodológico utilizado, desencadenado por la escucha, grabación y análisis de las narrativas orales de un grupo de estudiantes de la quinta promoción de la carrera de Tecnólogo en Agroecología de la ELAA. Las agendas emergentes evidenciadas tanto en las narrativas del grupo de interlocutores en su conjunto, como en las agendas evidenciadas por las mujeres negras, apuntaron a la necesidad de profundizar las demandas reales de los estudiantes, en cuestiones que involucran la subjetividad en el espectro de la diversidad de género y raza. , y el reconocimiento de las agencias de las personas negras y de la comunidad LGBTI+ que integran el grupo ELAA, a partir de la noción de que la praxis del feminismo campesino y popular tiene huellas necesarias de carácter interseccional en constante transformación y construcción. Es en las prácticas cotidianas que los encuentros epistémicos pueden, de hecho, transformar las relaciones entre diferentes sujetos, considerando miradas y acciones interseccionales, que amplían cada vez más el repertorio de vida y de historia de cada ser humano hacia la construcción real de la conciencia.