Recomendações para o design de jogos em realidade virtual imersiva para pessoas com transtorno do espectro autista
Resumo
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que tem como características principais o prejuízo na comunicação social recíproca e na interação social, apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Essas características estão presentes desde o início da infância, prejudicando o funcionamento diário do indivíduo e atrasando seu desenvolvimento. Tecnologias baseadas em Realidade Virtual (RV) vêm sendo pesquisadas para o auxílio no desenvolvimento de pessoas com TEA, onde abordam diferentes usos, entre eles o treinamento de habilidades de vida independente, atividades de atenção e raciocínio lógico, competências sociais, redução do estresse e da ansiedade, coordenação motora, entre outros. Apesar destes recentes estudos, faz-se necessário a elaboração de normas e manuais que guiem a elaboração de tais ferramentas de forma mais assertiva, principalmente considerando aspectos de usabilidade, conforto e satisfação. Portanto, a presente pesquisa visa indicar recomendações para o design de Jogos em Realidade Virtual Imersiva voltados à pessoa com TE. Apoiado pelo método Design Science Research, realizou-se uma revisão bibliográfica sistematizada com a qual foram identificadas dezesseis recomendações. Essas guiaram o design de uma aplicação em RV voltada ao treinamento de habilidades de imitação. A aplicação foi testada em campo por doze voluntários diagnosticados com TEA. Após testarem, esses responderam três questionários com os quais foi possível obter métricas de desempenho predominantemente positivas quanto aos aspectos de conforto, usabilidade e satisfação. Os resultados obtidos foram cruzados com as recomendações inicialmente identificadas, onde foi possível avaliar treze das dezoito recomendações elencadas, além de propor duas novas recomendações para serem testaras em estudos futuros. Com isso foi possível concluir que jogos em RV voltados para pessoas com TEA podem ser mais confortáveis, úteis e satisfatórios se elaborados de maneira adequada, segundo as recomendações avaliadas por esta pesquisa Abstract: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder whose main characteristics are impairment in reciprocal social communication and social interaction, presenting restricted and repetitive patterns of behavior, interests, or activities. These characteristics are present from the beginning of childhood, impairing the individual's daily functioning and delaying their development. Technologies based on Virtual Reality (VR) have been researched to help in the development of people with ASD. This research addresses different uses, including independent living skills training, attention and logical reasoning activities, social skills, stress reduction and anxiety, motor coordination and more. Despite these recent studies, it is necessary to develop standards and manuals that guide the development of such tools in a more assertive way, mainly considering aspects of usability, comfort, and satisfaction. Therefore, this research aims to evaluate recommendations for developing VR games aimed at people with ASD. Supported by the Design Science Research method, a systematic bibliographic review was conducted, with which eighteen recommendations were identified. Such recommendations guided the design of a VR application aimed at training imitation skills. The application was tested in the field by twelve volunteers diagnosed with ASD. After testing, the volunteers answered three questionnaires with which it was possible to obtain predominantly positive performance metrics regarding the aspects of comfort, usability, and satisfaction. These results were crossed with the recommendations initially identified, thus it was possible to evaluate thirteen from the eighteen initially listed recommendations, in addition to proposing two new recommendations to be evaluated in future studies. With this, it was possible to conclude that VR games aimed at people with ASD can be more comfortable, useful and satisfying if designed appropriately according to the recommendations evaluated by this research.
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