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    Sementes de esperança, do Brasil colônia à contemporaneidade : o testemunho da mulher negra na literatura afro-brasileira

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    R - T - ANTONIELE DE CASSIA LUCIANO.pdf (2.673Mb)
    Data
    2024
    Autor
    Luciano, Antoniele de Cássia
    Metadata
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    Resumo
    Resumo: Apesar de ter se tornado mais popular no mercado editorial brasileiro somente na contemporaneidade, a escrita de mulheres negras no país remonta há séculos. Muito antes de grandes nomes dessa literatura como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) e Maria Firmina dos Reis (1822-1917), lançarem suas publicações e ganharem os holofotes dos estudos literários, uma escravizada no interior do Piauí se apropriava da escrita para registrar e denunciar as condições de tratamento a que mulheres como ela eram submetidas no país. Esperança Garcia, em 1770, enviava ao governador da Província, Lourenço Botelho de Castro, uma carta, em formato de petição, que descrevia os horrores sofridos sob a tutela do capitão Antônio Vieira do Couto e clamava por socorro. O documento, descoberto pelo historiador Luiz Mott (1985) quase 200 anos depois de escrito, configura-se como um testemunho histórico e literário não só das atrocidades da escravidão no Brasil, mas também das subjetividades negras, podendo, assim, ser considerado um texto fundante da literatura afro-brasileira (Souza, 2015). Compreendendo essa carta como um tipo específico de testemunho, uma slave narrative, ou seja, um texto ditado ou escrito por escravizados (Krueger, 2002), esta tese buscou examinar comparativamente o discurso de Esperança e o das escritoras citadas inicialmente, em suas respectivas obras: Becos da memória (2006), Um defeito de cor (2006), Quarto de despejo (1960) e Úrsula (1859). Que aspectos na escrita de Esperança podem ser observados nos textos de suas contemporâneas? E o quê e como os textos de Conceição, Ana Maria, Carolina e Maria Firmina nos permitem ler a carta da piauiense? Apoiando-nos nos estudos brasileiros da literatura de testemunho (Seligmann-Silva, 2002, 2003; Salgueiro, 2012, 2015; Marco, 2004; Ginzburg, 2011), esta tese investiga a operação do discurso testemunhal presente nos textos em questão, discurso este que encara traumas individuais e coletivos da escravidão e se contrapõe à história oficial e ao ideário de nação. Tal análise é realizada a partir de três categorias - escrita, corpo e comunidade. A partir das articulações mencionadas - desde as slave narratives, passando pelas diversas modalidades de testemunho na América Latina -, a pesquisa aponta para uma tradição de humanização do sujeito feminino negro e de recuperação da memória da diáspora africana por meio de autoras que se fazem testemunhas - sobreviventes ou solidárias (Gagnebin, 2006) - de eventos cujas consequências ainda afligem nosso presente.
     
    Abstract: Despite having only become more popular in the Brazilian editorial market in contemporary times, writing by black women in the country dates back centuries. Long before great names in literature such as Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Carolina Maria de Jesus (1914-1977), and Maria Firmina dos Reis (1822-1917) launched their publications and gained the spotlight of literary studies, an enslaved woman in Piauí used writing to record and denounce the conditions to which women like her in the country were subjugated. In 1770, Esperança Garcia sent the governor of the Province, Lourenço Botelho de Castro, a letter, in the form of a petition, which described the horrors suffered under the tutelage of Captain Antônio Vieira do Couto and entreated the governor’s help. The document, discovered by historian Luiz Mott (1985) almost 200 years after its writing, appears as a historical and literary testimony not only to the atrocities of slavery in Brazil but also to black subjectivities, and can therefore be considered a foundational text of Afro-Brazilian literature (Souza, 2021). Understanding this letter as a specific type of testimony, a slave narrative, that is, a text dictated or written by an enslaved person (Krueger, 2002), this dissertation sought to comparatively examine Esperança's letter and texts that belong to the writers initially mentioned, in their respective works: Becos da memória (2006), Um defeito de cor (2006), Quarto de despejo: Diário de uma favelada(1960), and Úrsula (1859). What can be observed in the texts written by Esperança and the writers who came after her? What do the texts by Conceição, Ana Maria, Carolina, and Maria Firmina allow us to understand about the letter from Piauí? And how do these contemporary texts allow us to better understand it? Based on Brazilian studies of testimonial literature (Seligmann-Silva, 2002, 2003; Salgueiro, 2012, 2015; Marco, 2004; Ginzburg, 2011), this work investigated the operation of the testimonial discourse present in the texts in question, a discourse that views individual and collective traumas surrounding slavery and opposes official history and the ideology of the nation. Such analysis is carried out based on three categories – writing, body, and community. Based on the genre of slave narratives and the different concepts and modalities of testimony in Latin America, the research points to a tradition of humanization of the black female subject and recovery of the memory of the African diaspora through authors who become witnesses – surviving or by solidarity (Gagnebin, 2006) – of events whose consequences still afflict our present.
     
    URI
    https://hdl.handle.net/1884/89927
    Collections
    • Teses [230]

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